Publicada em 30/01/2025 às 15h57
Até 2099, as mudanças climáticas poderão provocar mais de 2,3 milhões de mortes relacionadas ao aumento de temperatura, em 854 cidades europeias. É o que revela estudo conduzido pelo Laboratório de Modelagem Ambiental e de Saúde, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM, na sigla em inglês), publicado recentemente na revista acadêmica Nature Medicine.
Segundo a pesquisa, o cenário ainda hipotético deve ser materializado, caso medidas urgentes não sejam adotadas para frear a emissão excessiva de carbono — que poderiam reduzir os óbitos previstos em até 70%.
“Nossos resultados enfatizam a necessidade urgente de buscar agressivamente tanto a mitigação das mudanças climáticas quanto a adaptação ao aumento do calor”, explicou o autor principal do estudo, Dr. Pierre Masselot, ao site do LSHTM. “Isso é especialmente crítico na área do Mediterrâneo, onde, se nada for feito, as consequências podem ser terríveis. Mas, seguindo um caminho mais sustentável, poderíamos evitar milhões de mortes antes do final do século.”
Conforme os dados obtidos, as dez cidades europeias que podem assistir ao maior número de óbitos são: Barcelona (246.082), Roma (147.738), Nápoles (147.248), Madri (129.716), Milão (110.131), Atenas (87.523), Valência (67.519), Marselha (51.306), Bucareste (47.468) e Gênova (36.338).
“Este estudo fornece evidências convincentes de que o aumento acentuado nas mortes relacionadas ao calor excederá em muito qualquer queda relacionada ao frio, resultando em um aumento líquido na mortalidade em toda a Europa”, acrescentou o professor Antonio Gasparrini, autor sênior do artigo em questão.“Esses resultados desmascaram teorias propostas de efeitos ‘benéficos’ das mudanças climáticas, frequentemente propostas em oposição a políticas vitais de mitigação que devem ser implementadas o mais rápido possível.”