Publicada em 18/01/2025 às 21h13
Júnior Gonçalves, secretário-chefe da Casa Civil e presidente do União Brasil em Rondônia / Reprodução
Porto Velho, RO – José Gonçalves da Silva Júnior, conhecido como Júnior Gonçalves, secretário-chefe da Casa Civil e presidente do União Brasil em Rondônia, concedeu entrevista exclusiva ao jornal eletrônico Rondônia Dinâmica, abordando temas como sua lealdade ao governador Coronel Marcos Rocha, seu correligionário, os planos políticos de seu partido para 2026 e os desafios de sua trajetória no governo estadual.
Ele está na grupo do mandatário do Palácio Rio Madeira desde o primeiro dia de gestão, iniciada em janeiro de 2019.
Durante a conversa, o secretário foi enfático ao desmentir rumores sobre uma possível substituição na Casa Civil, reafirmou sua confiança no governador e detalhou o fortalecimento estratégico do União Brasil no estado. Além disso, destacou o reconhecimento de seu trabalho pela Assembleia Legislativa (ALE/RO) e sua atuação para garantir a harmonia entre os poderes.
Rondônia Dinâmica:
– Nos últimos dias circulam, até com alguma força, burburinhos, especialmente em grupos de política no WhatsApp, no sentido de que o governador teria intenção de substituí-lo na Casa Civil. O senhor sabe algo a respeito? Essas conversas procedem?
Júnior Gonçalves:
– Olha, esses rumores, eles acontecem, são cíclicos, de tempos em tempos, desde 2019, quando eu fui nomeado chefe da Casa Civil. Realmente não acredito, não tem hoje nenhum tipo de sinalização do meu chefe quanto a isso. Eu julgo que estamos bem, acredito na lealdade, na fidelidade dele. Existem muitas pessoas que sonham com isso, querem isso. Há pessoas muito ansiosas pelo Poder e desejam desestruturar um grupo político e um grupo administrativo que foi muito bem construído pelo governador Coronel Marcos Rocha. Então, eu digo que não há nenhum tipo de sinalização. Sinalização, no caso, para essa substituição. Ainda não fui comunicado, quem manda no governo é o governador Coronel Marcos Rocha, então ele que nomeia, ele que exonera. Até o momento eu não tenho esse tipo de informação, tá bom? Então não procedem dessa maneira não.
RD:
– O senhor é presidente do União Brasil em Rondônia. Seu irmão, Sérgio Gonçalves, vice-governador, seria o nome cotado para concorrer ao Palácio Rio Madeira em 2026. Isto, claro, levando em conta eventual postulação do atual governador ao Senado. Esse cenário se mantém firme? Qual sua visão, como dirigente partidário, a respeito dessas tratativas?
JG:
– Eu sou presidente do União Brasil, eleito até 2027, e como partido, nós construímos e posicionamos estrategicamente a legenda, atualmente, como a maior sigla do estado de Rondônia em resultado e em números. Nós temos metade da bancada federal, temos uma boa bancada estadual e temos a maioria dos prefeitos em um único partido, que é o União Brasil, isso se deu por um grupo bem consolidado, um grupo onde sempre houve harmonia e estabilidade nesses seis anos de construção. Hoje eu enxergo naturalmente, em 2026, que nós temos dois candidatos dentro do partido União Brasil, que é o Sérgio Gonçalves, nosso vice-governador, como pré-candidato ao governo em 2026, e nosso governador atual, Coronel Marcos Rocha, como nosso pré-candidato ao Senado. São duas candidaturas naturais, e isso é o que a gente acredita. É o que hoje nós temos internamente. Se assim os dois quiserem, é assim que vamos construir. Hoje o partido se posiciona para essas duas candidaturas. Então a nossa construção é para isso. E o governador Coronel Marcos Rocha é a pessoa que me colocou na política, a quem eu devo, sou grato. Ele é a pessoa que me lançou nesse mundo, e a ele eu realmente devo lealdade. E assim vou fazer sempre porque ele é essa pessoa também, e nós acreditamos muito no sucesso e no crescimento desse grupo político unido.”
RD:
– Por último, mas não menos importante, o senhor teve atuação reconhecida na Assembleia (ALE/RO) pelo trato interinstitucional no último ano do primeiro mandato. Isso diz algo sobre sua relação com outras autoridades, Poderes e instituições. Como andam essas relações? O senhor mantém as boas conversações que o elevaram a ponto de receber o título de Honra ao Mérito Legislativo?
JG:
– Olha, desde 2019 eu sou chefe da Casa Civil. No parlamento, eu passei a construir essa relação com o presidente, à época, Laertes Gomes, deputado que me ensinou muito naquele início da Casa Civil. Em seguida veio o presidente Alex Redano, com quem também tive um grande relacionamento. Isto, lembrando que o Laerte é, inclusive, líder de governo atualmente. E também, após o Redano, veio o deputado e atual presidente Marcelo Cruz, que é um grande presidente, a quem eu devo muito respeito também. Eu tenho muita gratidão a esses três presidentes, do qual eu tive o prazer de me relacionar, articular e trabalhar para que os projetos de Governo tivessem viabilidade dentro da Casa. Não só a eles, mas aos deputados que hoje não estão na Casa, porém estavam à época, todos me ensinaram muito. Atualmente, os que estão e permanecem me ensinam muito ainda. Então tenho um bom relacionamento com todos. Tivemos aqueles momentos politicamente mais acalorados, mas sempre tivemos uma relação de grande respeito e conversa contínua. Diuturnamente a gente trabalhou muito, trabalhamos na pandemia, nas articulações e na relação com os Poderes sempre foi algo muito bom. Aí incluindo Legislativo, Judiciário, dentro do próprio Executivo e órgãos auxiliares, como Defensoria Pública, Tribunal de Contas e Ministério Público. Sempre fui recebido com respeito e devolvi esse respeito. Compreendi as relações institucionais e entendi que o principal ponto é a harmonia, e a harmonia se dá não pensando em si mesmo. Mas pensando no bem coletivo, com propósito. E eu sempre tentei agir com propósito, ser útil a todos, porque o chefe da Casa Civil, ele não tem poder nenhum. Ele é o grande serviçal, o que mais serve aos poderes internamente no governo, porque é isso. Ele é um resolvedor de problemas. Não pode ter arrogância, não pode perder a visão da humildade. Isso foi algo que aprendi. E isso foi algo que aprendi muito ao longo desses seis anos.
RD:
– Houve momento de pressão?
JG:
– Nenhum outro chefe da Casa Civil conseguiu permanecer tanto tempo, porque é uma pressão psicológica. A gente realmente vive ali para aquilo. Para resolver todos os problemas de domingo a domingo. Nós somos um eterno plantonista. E o deputado [Ismael] Crispim, junto com a Casa, falando do título de Honra ao Mérito Legislativo da pergunta anterior, foi quem propôs. Foi algo ali que me surpreendeu. Foi muito emocionante naquele momento, porque para quem entrou na Casa Civil com pouca expectativa de durar, revejo a época em que eu entrei e a maioria das pessoas se perguntava “quanto tempo vai durar esse menino que não sabe de nada, inexperiente?”.
RD:
– Então foi um divisor de águas?
JG:
– É. E naquele começo eu ainda passando esse turbilhão de coisas, mercado falindo, credibilidade ali como gestor sendo avaliada diariamente, muitas fofocas e mentiras a respeito. Como na época em que me davam ali uma semana de vida como chefe da Casa Civil, que acreditavam que eu ia sair muito rápido. Graças a Deus, as pessoas me abraçaram, me ensinaram, e o governador teve firmeza, sempre teve a palavra firme. Ele dizia: “Estou contigo, vai em frente, traga o resultado”. Porque o governador sempre me instruiu, sempre mandou, e eu sempre segui suas ordens. Tudo o que ele mandava, eu fiz. E tudo o que ele manda. eu faço. E a ele, de novo, eu falo: devo tudo!. Então, receber esse título nesse momento foi uma honra muito grande, porque foi uma virada. Uma virada de chave. Essa virada de chave me fez enxergar toda aquela história e de repente eu virei. Com a ajuda de uma equipe maravilhosa. Tentaram me humilhar, mas, ali [no título concedido pela ALE/RO] tive o momento de honra, de ressignificar a mim mesmo. Então foi um momento de muita gratidão aquele dia. A Casa de Leis, para mim, é hoje muito mais respeitada.
RD:
– Obrigado pelo seu tempo, secretário.
JG:
– Eu que agradeço. À disposição.