Publicada em 16/01/2025 às 15h35
O Hamas afirmou, em um comunicado nesta quinta-feira (16), que uma refém israelense estava em um dos locais atingidos por ataques realizados em Gaza pelas Forças de Israel nas últimas horas.
No entanto, o grupo extremista, que controla o território palestino, não revelou o estado de saúde da refém.
O braço armado do movimento palestino alertou que o contínuo bombardeio israelense em Gaza coloca em risco os reféns que seriam libertados:
“Nesta fase, qualquer agressão e bombardeio do inimigo pode transformar a libertação de um prisioneiro em uma tragédia”, disseram as Brigadas Ezedin Al Qasam no Telegram.
Mais cedo, anunciou, através da Defesa Civil, que bombardeios israelenses deixaram mais de 70 mortos e 200 feridos desde que seus representantes e o governo de Israel assinaram um acordo de trégua.
Os ataques desta quinta são um contraste com o clima em Gaza, que é de euforia desde quarta, com o anúncio oficial.
Um porta-voz do Exército israelense afirmou que está investigando os números informados pela Defesa Civil de Gaza, mas confirmou os bombardeios:
“A Força Aérea atingiu nas últimas 24 horas aproximadamente 50 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza. Entre os alvos atingidos estavam membros das organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmica, infraestrutura militar, depósitos de munição, posições de lançadores de foguetes, locais de fabricação de armas e postos de observação”, detalhou comunicado.
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À espera de reféns, familiares estão com nervos 'à flor da pele' em cessar-fogo considerado 'frágil'
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Equipes de resgate atendem vítimas de bombardeio israelense em Gaza
O cessar-fogo começa a valer oficialmente a partir deste domingo (19). Apesar da aprovação da proposta, nesta quinta, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, acusou o Hamas de mudar termos do cessar-fogo e disse que o grupo terrorista causou uma "crise de última hora" no acordo.
Catar e Estados Unidos anunciaram na tarde de quarta-feira o acordo, que prevê a libertação de dezenas de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. Os dois países, junto com o Egito, mediaram as negociações que se arrastaram por meses.
Segundo balanço do Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgado na manhã desta quinta-feira, 81 mortes foram registradas no território nas últimas 24 horas em ataques israelenses, com 188 feridos. Com isso, o número oficial de mortos palestinos na guerra chega a 46.788.
De acordo com o órgão de Saúde, há várias vítimas sob os escombros e nas ruas que as equipes de ambulância e da Defesa Civil ainda não conseguiram socorrer.
Os palestinos pedem uma implementação mais veloz da trégua, que pode ser atrasada pelo impasse entre Israel e Hamas.
"Perdemos casas a cada hora. Exigimos que essa alegria não desapareça, a alegria que foi desenhada em nossos rostos - não a desperdicem adiando a implementação da trégua até domingo", disse o morador Mahmoud Abu Wardeh.