Publicada em 06/01/2025 às 08h43
COLUNA FALANDO SÉRIO: É bom que exista hipocrisia no convívio social e nas relações sociais?
Prof. Herbert Lins – DRT 1143
05/01/25 – segunda-feira
A música “O tempo não para” de Cazuza representa uma mensagem de crítica social e política às ideias e aos pensamentos que não correspondem aos fatos e ações no convívio social e nas relações em sociedade. Quando analisada a letra da referida música, o roqueiro brasileiro revela a sua insatisfação com a sociedade brasileira marcada por contradições e injustiças sociais. Conhecido por sua rebeldia, Cazuza recorria à música para expressar as suas observações, percepções e descontentamento com tanta hipocrisia e tanto falso moralismo estabelecido por indivíduos no convívio social e nas relações sociais. Em face do passado, vale salientar que estamos vivendo num mundo multiculturalista carregado de mentiras, hipocrisia e o que importa é a imagem externa, dinheiro, fama, status e ostentação. Diante do conteúdo, eu lanço a seguinte pergunta para reflexão: É melhor ser um indivíduo hipócrita ou honesto?
Comportamento
A hipocrisia é comum no convívio em sociedade, pois o fingir faz parte do nosso comportamento nas nossas relações sociais estabelecidas. Não existem relações sociais na sociedade que estejam isentas da hipocrisia.
Contradição
Por que a hipocrisia é tão comum na sociedade? Existe alguma forma de combatê-la? Ou é bom que exista no convívio social e nas relações sociais em sociedade? A hipocrisia é um comportamento que finge ser/agir de certa forma. Para determinados indivíduos, não importa entrar em contradição.
Exemplos
Entre os diversos exemplos que demonstram hipocrisia, evidencio apenas três: “Se dizer ser contra a ditadura, mas defende ditadores que são do seu lado político”; “Chamar os outros de fascistas, enquanto se é extremamente agressivo e proibitivo”; “Se dizer a favor da liberdade (de expressão ou qualquer coisa), mas quer usar a força da Lei para impedir os outros de fazerem algo de que você não gosta”.
Pretensões
O site Metrópoles revelou na última quinta-feira (2) que o cantor sertanejo Gusttavo Lima pretende disputar a presidência da República nas eleições de 2026. Ele não desmentiu a notícia e fez declarações públicas sobre suas pretensões políticas futuras.
Fogo
O cantor Gusttavo Lima causou surpresa no meio político com a pretensão de enfrentar o presidente Lula (PT) nas urnas, em especial, entre as lideranças da direita, extrema-direita e da esquerda. Os dirigentes nacionais do PT e PL avaliaram como “fogo de palha” a pretensão de Gusttavo Lima de disputar o Palácio do Planalto.
Abandonou
O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, afirmou publicamente que o projeto pessoal do cantor sertanejo Gusttavo Lima de disputar a Presidência da República em 2026 depende do apoio de Jair Bolsonaro (PL). Vale lembrar que, quando a Justiça de Pernambuco decretou a prisão de Gusttavo Lima, o ex-presidente Bolsonaro (PL) o abandonou, assim como fez com todos os aliados, correligionários e militantes envolvidos no 8 de janeiro.
Confirmou
O cantor Gusttavo Lima não está filiado a nenhum partido, mas depois das declarações públicas de que pretende se lançar na disputa pelo Palácio do Planalto, o cantor sertanejo foi cortejado pelo União Brasil e pelo PRTB. Neste caso, o deputado estadual Marcelo Cruz, que preside o PRTB em Rondônia, confirmou o convite da sigla a Gusttavo Lima.
Desmentiu
A ex-deputada Mariana Carvalho (União Brasil) desmentiu o boato de que tenha recebido convite do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) para assumir a SESAU ou qualquer outra pasta no governo. Inclusive, não recebeu um único telefonema ou mensagem de WhatsApp desde o fim do segundo turno da eleição municipal.
Sondados
Os ex-candidatos a prefeitos de Porto Velho, Dr. Benedito Alves (SDD), Célio Lopes (PDT) e Samuel Costa (Rede/PSOL), estão sendo sondados por partidos maiores para disputar um cargo eletivo nas eleições de 2026. Já o ex-candidato a prefeito Ricardo Frota confirmou que permanece no partido Novo.
Disputar
Nas eleições de 2026, nomes conhecidos da política rondoniense deverão disputar algum cargo eletivo. Neste caso, os ex-deputados federais Carlos Magno, Luiz Cláudio da Agricultura, Expedito Netto e Jaqueline Cassol; o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires e os ex-senadores Valdir Raupp e Amir Lando, também deverão colocar o nome à disposição dos eleitores rondonienses.
Dowbor
O economista brasileiro Ladislau Dowbor é professor titular no departamento de pós-graduação da PUC - São Paulo, nas áreas de economia e administração. Ele também presta consultoria para diversas agências das Nações Unidas, bem como governos estaduais, municípios e várias organizações do Sistema S. Neste caso, um grande intelectual orgânico.
Livros
Ladislau Dowbor é autor ou coautor de mais de 40 livros e centenas de artigos científicos. Ele atua como conselheiro no Instituto Polis, CENPEC, IDEC, Instituto Paulo Freire, Conselho da Cidade de São Paulo e outras instituições. Além de ser casado com a filha do renomado Paulo Freire.
Dorosnil
O cientista brasileiro Ladislau Dowbor tem trabalhado no desenvolvimento de sistemas descentralizados de gestão, particularmente em administrações municipais. Quem me apresentou a sua obra foi o sociólogo e Professor Doutor Dorosnil Alves da Unir – Campus de Guajará-Mirim.
Apresentou
O Professor Dorosnil também apresentou a obra do renomado pesquisador e economista Ladislau Dowbor ao prefeito Marcélio Brasileiro do município de Nova Mamoré - Rondônia. Inclusive, Dowbor participou da banca de Marcélio Brasileiro quando defendeu sua tese de doutorado na PUC-SP.
Hipocrisia
Nos livros de sua autoria, “O que é Poder Local?” e “Políticas para o desenvolvimento local”, Ladislau Dowbor defende a descentralização da gestão pública por meio da criação de pastas específicas com orçamento próprio - mínimo que seja, funções gratificadas e os cargos de confiança – CDS, de maneira bem fundamentada. Para ele, extinguir cargos e juntar secretárias representa hipocrisia por parte do gestor público, bem como economia de palito de fósforo já usado.
Reforma
Falando em hipocrisia, a Câmara Municipal de Porto Velho, eleita integralmente no palanque de oposição ao prefeito Léo Moraes (Podemos), aprovou harmonicamente, em sessão extraordinária realizada na última sexta-feira (3), a reforma administrativa da atual gestão frente ao Prédio do Relógio e contratação de empréstimo de R$ 300 milhões para ser investido na educação, saúde e infraestrutura da cidade. Neste caso, Léo inicia a gestão endividando o município.
Futuro
Na reforma administrativa do prefeito Léo Moraes (Podemos), ele criou a Secretaria Municipal de Segurança, Transporte e Mobilidade. A nova pasta vai cuidar do trânsito da capital e da criação da Guarda Municipal. Esse filme já assisti e, quando a gestão perceber o erro, deverá corrigir no futuro.
Guarda
Vale lembrar que, durante a campanha eleitoral, o prefeito Léo Moraes (Podemos) prometeu criar a Guarda Municipal de Porto Velho. Mas na entrevista com Everton Leoni, demonstrou recuo por conta da falta de orçamento e dos trâmites burocráticos exigidos em lei. Agora, querer criar a Guarda atrelada ao trânsito, dificilmente avançará o projeto mediante a complexidade da legislação, capacitação, concurso público e outros.
Atuação
A gestão do prefeito Léo Moraes (Podemos) criou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade, que vai cuidar da regularização fundiária, patrimônio histórico e cultural, habitação, espaços públicos, indústria, comércio, empreendedorismo e gestão urbana. Neste caso, uma mega secretaria com concentração de finalidades, exigindo do gestor municipal muito conhecimento e habilidade técnica para gerir a referida pasta. Por sua vez, já assisti esse filme em outras administrações e foi um fracasso de bilheteria.
Turismo
Saiu de cena a SEMDESTUR na reforma administrativa do prefeito Léo Moraes (Podemos) e entra em cartaz a Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer. Contudo, o gestor que realmente acredita no turismo como fonte de receita a longo prazo para o município precisa compreender que o turismo deve ser uma pasta independente, com orçamento próprio, poder de articulação e ações continuadas de uma gestão para outra.
Alinhamento
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Família – SEMASF, passou a se chamar Secretaria Municipal de Inclusão e Assistência Social na gestão do prefeito Léo Moraes (Podemos). Neste caso, retirou o nome “família”, demonstrando o seu alinhamento político com a esquerda.
Puxadinho
Durante toda a campanha eleitoral, o prefeito Léo Moraes (Podemos) prometeu às famílias atípicas, criar a secretaria específica de inclusão, porém, tornou a promessa de campanha um puxadinho da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Fracasso
Na reforma administrativa do prefeito Léo Moraes (Podemos), deu origem à Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade. Neste caso, uma incoerência juntar quem produz com quem fiscaliza e multa. Repito, esse filme já assisti em administrações anteriores e foi um fracasso de bilheteria.
Insumos I
O prefeito Léo Moraes (Podemos) usou as redes sociais para divulgar que faltavam insumos hospitalares nas UPAs, maternidade municipal e demais unidades de saúde de responsabilidade da Prefeitura de Porto Velho. Inclusive afirmando que recebeu a gestão sem o básico necessário para atender a Saúde municipal.
Insumos II
Na mesma postagem, em relação à falta de insumos hospitalares, o prefeito Léo Moraes (Podemos) afirmou que providenciou, de forma imediata, em três dias de gestão, os insumos que estariam em falta há meses. Daí eu pergunto: Como adquirir insumos hospitalares em apenas três dias sem fazer licitação? Comprou do próprio bolso ou fiado para pagar depois? Pegou emprestado com a SESAU ou algum município? Tinha disponível no almoxarifado, mas o gestor da unidade de saúde exonerado deixou faltar?
Demonstrou
O presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, vereador Gedeão Negreiros (PSDB), demonstrou liderança e unidade política na Casa de Leis da capital, com a convocação da sessão extraordinária para aprovar a reforma administrativa e o pedido de autorização para contração de empréstimo encaminhado pelo prefeito Léo Moraes (Podemos). Já o vereador Dr. Breno Mendes (Avante), mesmo não sendo o indicado, agiu como líder do prefeito Léo para aprovar a reforma administrativa.
Sério
Falando sério, a inexistência de diálogos francos possibilita o enraizamento da hipocrisia por trazer sempre consigo um engano. Mas, no fundo, desde a mentira até a vigarice mais complexa, há inúmeros modos e intensidades para a hipocrisia se revelar no convívio e nas relações sociais estabelecidas em sociedade.
parabéns prof: Herbert, coluna maravilhosa que nos tras importantes acões politicas no nosso estado.