Publicada em 23/01/2025 às 11h23
A festa de aniversário dos 110 anos de instalação do município de Porto Velho também será marcada pelo retorno dos passeios de litorina. Para tanto, o prefeito Léo Moraes já solicitou autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para fazer o veículo funcionar novamente, já que ele faz parte da história da cidade e até mesmo do estado de Rondônia.
“Esse evento da entrega da litorina da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) será às 9h30 da manhã, em frente à estação ferroviária, com a presença de um dos ferroviários mais antigos e ativos, que já foi também presidente da Associação dos Ferroviários, o senhor Paulo Ramos, que está nos auxiliando também no retorno do passeio da litorina”, explicou o secretárioda Secretaria Municipal da Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho (Semdestur), Paulo Moraes Júnior.
Antes, porém, será feita a substituição de alguns dormentes dentro do Complexo da EFMM, que são peças de madeira que sustentam os trilhos por onde passavam as locomotivas, os mesmos que possibilitam a circulação da litorina. Para isso, o prefeito Léo Moraes também já solicitou autorização do Iphan, por se tratar de patrimônio histórico tombado.
“É desejo do prefeito fazer com que, no aniversário da cidade, a litorina volte a funcionar e a população possa também ter esse sentimento de pertencimento, de alegria de ver um equipamento tão antigo e importante voltando a funcionar na cidade de Porto Velho”, informou o adjunto da Semdestur, Aleks Palitot.
HISTÓRIA
A litorina é um equipamento que chegou em Porto Velho na década de 1950. Segundo Aleks Palitot, que também é historiador, no começo eram quatro dela, mas hoje só existe uma.
Uma das litorinas se chamava América, outra se chamava Brasil, a terceira, Bolívia e a quarta se chamava Administração. Trata-se de um equipamento de transporte da lendária Ferrovia Madeira-Mamoré, movido a diesel. Ela foi revitalizada e entregue ao município de Porto Velho, mas depois disso não teve o seu devido uso estabelecido para população.
Equipamento inventado e fabricado na Itália, numa região chamada Litorânea, a litorina foi adquirida pela direção da EFMM com o intuito de oferecer aos passageiros um trajeto mais célere até Guajará-Mirim, aos que podiam pagar um pouco mais caro.
Movida a diesel e com capacidade para transportar até 12 pessoas, cada litorina atingia cerca de 50km/h e chegava em Guajará-Mirim no mesmo dia. Já uma locomotiva saía de Porto Velho às 7h, chegava em Fortaleza do Abunã por volta das 18h, onde pernoitava, e só por volta das 13h do dia seguinte chegava a Guajará-Mirim.