Publicada em 17/01/2025 às 15h40
A posse de Donald Trump como presidente dos EUA, prevista para a próxima segunda-feira (20), vai acontecer do lado de dentro do Capitólio, sede do Congresso — e não do lado de fora, como costuma ocorrer.
O motivo é a onda de frio que atinge boa parte do país. A capital, Washington, D.C., deve enfrentar temperaturas de até 6 ºC negativos.
Tradicionalmente, a cerimônia é realizada em frente a uma multidão de apoiadores que se reúne entre o Congresso e o obelisco, na grande área aberta conhecida como National Mall.
A Rotunda do Capitólio sempre é preparada como alternativa em todas as posses em caso de mau tempo. A última vez que o juramento foi realizado em um local fechado foi em 1985, quando o presidente Ronald Reagan começou seu segundo mandato. A previsão de segunda-feira prevê as menores temperaturas para o dia da posse desde aquele ano.
"É minha obrigação proteger o povo do nosso País, mas, antes mesmo de começarmos, temos que pensar na posse em si. A previsão do tempo para Washington, D.C., com o fator vento frio, pode levar as temperaturas a recordes de baixas severas", diz um texto publicado pela conta de Trump na sua rede social, a Truth Social.
"Portanto, ordenei que o Discurso de Posse, além de orações e outros discursos, sejam feitos na Rotunda do Capitólio dos Estados Unidos, como foi feito por Ronald Reagan em 1985, também por causa do tempo muito frio. Os vários Dignitários e Convidados serão trazidos para o Capitólio", afirma a mensagem.
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STF nega pedido de Bolsonaro para viajar aos EUA para posse de Trump
Planos alternativos são necessários para os cerca de 250.000 apoiadores que obtiveram um ingresso (não obrigatório para acessar o National Mall) no site oficial do evento para assistir à posse. Outras dezenas de milhares de pessoas devem estar nas áreas de admissão geral ou na rota do desfile inaugural do Capitólio até a Casa Branca.
Além dos 6 ºC negativos, a multidão que quiser acompanhar o evento do lado de fora terá de se preparar para ventos de até 56 km/h, que devem levar a sensação térmica para baixo.
Em 2009, Barack Obama tomou posse sob um frio de -2 ºC, mas o evento ocorreu em área aberta. Na segunda posse de Reagan, ocorrida sob a Rotunda do Capitólio, a temperatura em Washington chegou a -14 ºC.
Presenças e ausências
A Casa Branca confirmou, ainda em novembro, que Joe Biden estará presente na posse de Donald Trump. Derrotada nas urnas em 2024, Kamala Harris também teve sua presença confirmada.
➡️ Trump não foi à posse de Biden como 46º presidente dos EUA em 20 de janeiro de 2021, sendo o primeiro ex-presidente em mais de 150 anos a não comparecer à cerimônia de posse de seu sucessor.
O ex-presidente Barack Obama também é esperado no evento, mas a ex-primeira-dama Michelle Obama não comparecerá à posse deste ano, de acordo com seu gabinete.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado para a posse. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, vai representar o governo brasileiro no evento.
➡️ A ausência de convite a Lula é normal. Historicamente, os governantes costumam evitar participar de cerimônias de posse no exterior por questões de segurança, optando por enviar diplomatas como representantes. De acordo com a Agência Reuters, no entanto, Trump quebrou precedentes e convidou vários líderes estrangeiros para a cerimônia.
Advogados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele é um dos convidados, mas ele precisa de autorização judicial para viajar, já que teve o passaporte apreendido em 2024 durante a operação que investigava a tentativa de golpe de Estado.
Nesta quinta (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente. O ex-presidente afirmou que a esposa dele, Michelle, deve representá-lo.
Bolsonaro chegou a pedir para que Moraes reconsiderasse o pedido, mas o ministro manteve nesta sexta-feira a apreensão do passaporte e encaminhou o recurso do ex-presidente à Procuradoria-Geral da República (PGR).