Publicada em 25/01/2025 às 11h22
O ano está começando, e os prefeitos reeleitos e eleitos em outubro enfrentam o primeiro mês de um novo mandato de 4 anos. Aqueles que foram reeleitos, como é o caso de Rondônia, onde vários conseguiram se manter no cargo por estarem no primeiro mandato, terão chances de concorrer nas eleições de 2026. Já os de primeiro mandato, por questão de coerência, devem cumprir os 4 anos.
Para quem foi reeleito, as dificuldades não são tão grandes quanto para os novos prefeitos. Porto Velho elegeu um jovem prefeito, mas experiente político, pois já passou pela Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa (ALE) e Câmara Federal. Leo Moraes (Podemos) vinha ocupando recentemente a chefia do Detran-RO, cargo que deixou para disputar e vencer as eleições para prefeito.
Leo Moraes tem uma das missões mais difíceis no comando da Prefeitura de Porto Velho, município que completou 110 anos esta semana. A capital de Rondônia tem mais de 7 mil quilômetros de estradas vicinais, mais de uma dezena de distritos com infraestrutura de municípios — alguns distantes 400 quilômetros da sede. A cidade enfrenta precariedade em saneamento básico, mobilidade urbana e saúde pública, problemas comuns tanto para prefeitos que se mantiveram no cargo quanto para os novos. Não há expectativa de que ele renuncie em abril do próximo ano para concorrer em outras eleições.
No interior, Ji-Paraná, segundo maior e mais importante município do estado, elegeu um novo prefeito: Affonso Cândido (PL). O ex-prefeito Isaú Fonseca (União), apesar de ter realizado um bom trabalho, não conseguiu se reeleger e foi derrotado pelo então deputado estadual Affonso Cândido. Agora, ele assume o Executivo de Ji-Paraná com uma missão tão desafiadora quanto a de Leo Moraes, na capital.
Assim como Porto Velho, com Hildon Chaves (PSDB), que comandou o município por dois mandatos consecutivos com ótima aprovação da população, Affonso tem a responsabilidade de realizar um bom trabalho. Apesar de Isaú ter tido uma gestão bem avaliada, não foi reeleito.
Affonso será constantemente cobrado, assim como Leo Moraes em Porto Velho, que enfrenta, neste primeiro mês de mandato, chuvas intensas e alagamentos frequentes. A administração será fiscalizada constantemente, e os comparativos são inevitáveis.
Já os prefeitos reeleitos ou que conseguiram eleger seus sucessores, como João Gonçalves Júnior (União), em Jaru, têm desafios distintos. Em Jaru, seu vice por dois mandatos consecutivos, Jeverson Lima (MDB), foi eleito prefeito. Seu compromisso será cumprir o mandato e buscar a reeleição em 2028. Também se reelegeram os prefeitos de Vilhena (Flori Cordeiro, Podemos), Rolim de Moura (Aldo Júlio, União), Ariquemes (Carla Redano, União) e Ouro Preto do Oeste (Alex Testoni, União).
Alex Testoni inicia o primeiro ano de seu quarto mandato e, como já foi deputado estadual, não deverá concorrer a outro cargo eletivo no próximo ano, devendo concluir este mandato. Já Carla, Flori e Aldo provavelmente disputarão as eleições gerais de 2026.
Flori está cotado para concorrer a uma das oito vagas na Câmara Federal. Dois deputados federais atuais não deverão concorrer ao mesmo cargo em 2026. Sílvia Cristina, agora presidente do PP estadual, é pré-candidata ao Senado, enquanto Fernando Máximo (União), que deve mudar de partido na próxima janela partidária, planeja concorrer ao Senado ou ao Governo do Estado.
Aldo Júlio deve disputar uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa. Atualmente, Rolim de Moura não tem representantes no parlamento estadual ou no Congresso Nacional, o que o coloca como o principal nome político da região.
Em Ariquemes, a situação é diferenciada. A prefeita reeleita Carla Redano pode disputar uma vaga na ALE-RO, mas seu marido, o deputado Alex Redano (Republicanos), assumirá a presidência do Legislativo Estadual em fevereiro, com reeleição praticamente garantida. Há quem acredite que Carla concluirá seu mandato na prefeitura e se afastará da política, enquanto outros apostam que ela concorrerá à Câmara Federal.
Adailton Fúria (PSD), reeleito prefeito de Cacoal com mais de 83% dos votos válidos, está em um patamar elevado e cotado para disputar a sucessão estadual. Seu nome é frequentemente mencionado nas rodas políticas, e há especulações sobre uma parceria com o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), atualmente presidente da Associação Rondoniense dos Municípios (AROM). Caso se confirme uma chapa Hildon-Fúria, as chances de sucesso são consideradas altas, unindo lideranças da capital e do interior.
Embora este seja o panorama atual, a política é dinâmica. Como dizia o ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto: "A política é como nuvem. Você olha, está de um jeito; olha de novo, e já mudou." Até as convenções partidárias de 2026, muitas negociações e articulações ainda ocorrerão.