Publicada em 30/01/2025 às 08h10
Modéstia à parte, eu tenho o privilégio de conhecer muitos países do mundo. Da Europa ao Oriente Médio, dos países andinos à África, eu já visitei muitas nações. Mas nunca fui aos Estados Unidos. Nem pretendo ir. Parafraseado Martin Luther King, digo que “I have a dream: to never visit the United States of América”. Ou seja, não quero jamais em toda a vida que me resta visitar aquele país. E o motivo é simples: os EUA são um império do mal. Bem diferente da Europa e até mesmo da América Latina, o país “mais rico e poderoso” do mundo sempre foi uma farsa. Construiu seu poder e riqueza explorando países mais pobres e escravizando outros povos. Apesar de Pearl Harbour, nas guerras mundiais, travadas bem longe do seu território, saiu vitorioso por que explorou depois as nações envolvidas no conflito. E agora com Trump as coisas pioraram.
A rigor, nos Estados Unidos não tem nada que desperte o interesse turístico. Quase tudo lá é cópia (e mal feita) do que tem na Europa e em outros países. Nunca entendi por que tantos brasileiros sonham em ir para lá. O dólar é bem menos valorizado do que o euro, a libra esterlina, o franco suíço e até mais fraco do que algumas moedas de países do Oriente Médio, por exemplo. No país de George Washington não tem sequer um sistema público de saúde como o nosso SUS. Durante a pandemia da Covid-19 o número de pessoas infectadas e mortas pelo vírus assassino foi o maior do mundo. Diversidade, oportunidade e liberdade são coisas boas, mas isso tem em pelo menos 180 outros países do mundo também. Lá existe a pena de morte e um flagrante desrespeito aos direitos humanos. Os Estados Unidos estão em derrocada, falindo e ninguém quer admitir o óbvio.
Donald Trump mandou invadir o Capitólio e assim sacaneou com a democracia americana quando perdeu as eleições para Joe Biden, mas a justiça e o sistema americanos não conseguiram puni-lo como o STF faz por aqui com Bolsonaro e seus seguidores golpistas. O atual governo dos EUA trata os imigrantes como assassinos, criminosos, pessoas sem nenhuma categoria. Esquece que ele próprio, o Trump, é descendente de imigrantes que no passado entraram ilegalmente no país. Como esquecer os horrores da guerra do Vietnã? Como se esquecer das ditaduras militares arquitetadas, financiadas e implantadas pelos Estados Unidos em toda a América Latina nas décadas de 60 e 70 do século passado? Foram os norte-americanos, enfim, que semearam o terror e o fascismo neste continente. Foram as armas deles que devastaram a Palestina e muitos outros países.
Por tudo isso é que eles sofreram o 11 de setembro de 2001. Aquilo foi uma tacada de mestre. O mal, dentro de sua casa, sendo humilhado pelo próprio mal. Agora, o capitalismo decadente quer peitar o comunismo chinês e já começou perdendo. A empresa chinesa de tecnologia DeepSeek deu, num só dia, um prejuízo de mais de um trilhão de dólares aos arrogantes e prepotentes norte-americanos. O PIB da China comunista deve ultrapassar o dos Estados Unidos daqui a cinco anos. Os yankees estão falindo à vista grossa, é fato. E ainda querem construir um muro na fronteira com o México. “Se a cocaína que os mexicanos mandam para lá for interrompida por dois meses, serão os próprios americanos que derrubarão esse muro” é uma piada que corre nas redes sociais. E só lideram o mundo em três coisas: número de cidadãos presos, número de adultos que creem em anjos e em gastos com defesa. Como adorar um país tão decadente como esse?
*Foi Professor em Porto Velho.