Publicada em 03/01/2025 às 15h38
Porto Velho, RO – O mês de novembro marcou o sexto período consecutivo de aumento no desmatamento e na degradação florestal na Amazônia, segundo dados divulgados pelo Imazon. A área desmatada na região cresceu 41% em relação ao mesmo mês do ano passado, saltando de 116 km² para 164 km², enquanto a degradação florestal, caracterizada por danos causados por fogo ou extração madeireira, aumentou 84%, totalizando 2.882 km².
Entre janeiro e novembro de 2024, o desmatamento acumulado chegou a 3.654 km², apenas 7% inferior ao mesmo período de 2023 e a sétima maior área registrada desde o início do monitoramento do Imazon, em 2008. Por outro lado, a degradação acumulada no mesmo intervalo alcançou 35.751 km², sete vezes superior ao registrado no ano anterior e o pior índice desde 2009.
“Esses aumentos consecutivos mostram a necessidade de ações de prevenção mais efetivas tanto em relação ao desmatamento quanto à degradação. E principalmente a partir de maio, quando as chuvas na Amazônia deverão reduzir”, destacou o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.
Pará lidera os índices negativos
O Pará, estado que sediará a COP 30, figurou como líder tanto no desmatamento quanto na degradação florestal em novembro. Foram desmatados 95 km² de florestas, representando 58% do total na Amazônia, e degradados 1.118 km², ou 39% do total registrado na região. Municípios como Uruará, Medicilândia e Pacajá estão entre os mais afetados. Além disso, nove assentamentos no Pará figuraram entre os mais degradados.
Rondônia: queda no desmatamento, mas alta degradação
Rondônia registrou uma redução de 71% no desmatamento, passando de 7 km² em novembro de 2023 para 2 km² no mesmo período de 2024. Contudo, o estado teve uma alta expressiva de 713% na degradação florestal, com 545 km² degradados.
O estado se destacou negativamente em relação às unidades de conservação (UCs), com quatro territórios entre os dez mais degradados da Amazônia. A Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cautário foi a mais impactada, com 130 km² degradados, seguida pelo Parque Nacional (Parna) da Serra da Cutia, com 114 km², e a Resex do Rio Pacaás Novos, com 22 km².
Nas terras indígenas, Rondônia também figura em posições preocupantes. A Terra Indígena Pacaás-Novas registrou 111 km² de degradação, enquanto a Terra Indígena Rio Guaporé teve 101 km² afetados.
Mato Grosso: segundo maior índice
Mato Grosso foi o segundo estado com maior desmatamento e degradação florestal. Foram 23 km² desmatados e 737 km² degradados, um aumento de 684% em relação ao ano anterior.