Publicada em 06/01/2025 às 15h32
A Venezuela anunciou a ruptura das relações diplomáticas com o Paraguai após o presidente Santiago Peña reafirmar que reconhece Edmundo González, opositor venezuelano, como presidente eleito. A informação foi divulgada pelo governo venezuelano nesta segunda-feira (6).
No domingo (5), Peña publicou um texto em uma rede social afirmando que tinha conversado com González e a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, durante uma reunião virtual.
Na publicação, o presidente paraguaio disse que ressaltou a necessidade de que a América do Sul se una para trabalhar pelo respeito da vontade popular e contra regimes autoritários.
"Reafirmei o meu apoio à democracia e à vitória de González como presidente, lembrando que análises internacionais independentes do processo eleitoral e da contagem dos votos confirmaram a sua ampla vitória nas eleições presidenciais de julho passado", publicou.
Depois da publicação, o governo da Venezuela disse em comunicado que todos os diplomatas paraguaios que estão no país serão expulsos.
A oposição venezuelana garante que González venceu o atual presidente Nicolás Maduro com ampla vantagem nas eleições presidenciais de julho de 2024, com base nos dados das atas das urnas eleitorais.
Órgãos internacionais também confirmam que as informações coletadas pelo partido de González são seguras e apontam a vitória dele. Além disso, observadores independentes apontaram diversos problemas de falta de transparência durante o processo eleitoral.
No entanto, o órgão eleitoral da Venezuela, que é controlado por apoiadores de Maduro, deram ao atual presidente a vitória. As autoridades não apresentaram os dados das atas eleitorais e se limitaram a informar o percentual de votos que cada um dos candidatos recebeu.
Maduro deve ser empossado para um terceiro mandato no dia 10 de janeiro. Enquanto isso, outros países, incluindo os Estados Unidos, anunciaram que irão reconhecer González como presidente. O opositor está exilado desde setembro.
Nos últimos dias, González viajou por países da América, como Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Ele chegou a afirmar que irá para Venezuela para ser empossado presidente no próximo dia 10.
Por outro lado, as autoridades venezuelanas emitiram uma ordem de prisão contra González e ofereceram uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem até o opositor.