Publicada em 12/02/2025 às 15h42
O Comando do Teatro Leste do Exército de Libertação Popular da China (PLA) se manifestou, nesta quarta-feira (12), sobre uma passagem de navios de guerra dos Estados Unidos pelo Estreito de Taiwan, alertando para os riscos de segurança na região, de acordo com reportagem do Global Times. Segundo um comunicado do porta-voz do Comando, o destróier USS Ralph Johnson e o navio de pesquisa oceanográfica USNS Bowditch transitaram pelo estreito entre segunda-feira (10) e quarta-feira (12), sendo monitorados de perto por forças navais e aéreas chinesas.
A movimentação marca a primeira incursão naval americana na área em 2025. Diferentemente de operações anteriores, que costumam durar apenas um dia, esta transição se estendeu por três dias, supostamente devido à presença do navio de pesquisa, que pode ter coletado dados oceanográficos e realizado vigilância submarina na região.
O porta-voz chinês Li Xi condenou a movimentação, afirmando que os Estados Unidos estão "enviando sinais errados" e aumentando os riscos de segurança no Estreito de Taiwan. Ele ressaltou que o Exército chinês permanece em estado de alerta máximo para "salvaguardar a soberania e a estabilidade regional".
Pequim reforça oposição a interferências externas - Em resposta à incursão americana, Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, reiterou que a questão de Taiwan é um dos "interesses centrais" da China e que Pequim "não permitirá qualquer interferência externa". Ela instou Washington a respeitar o princípio de Uma Só China e a cumprir os três comunicados conjuntos sino-americanos.
O Ministério das Relações Exteriores chinês também reagiu à presença dos navios americanos, declarando que o Estreito de Taiwan é parte do território chinês e que "questões relacionadas à soberania da China não têm relação com a liberdade de navegação".
Mudanças na estratégia de comunicação da China - A resposta chinesa a esta incursão difere das reações anteriores. Enquanto em novembro de 2024 a China descreveu a passagem de um avião de patrulha dos EUA pelo Estreito de Taiwan como "exagero midiático (public hype)", desta vez Pequim evitou o termo e se pronunciou rapidamente, logo após a conclusão da operação americana.
O especialista militar Zhang Junshe afirmou ao Global Times que essa mudança de postura indica que o Comando do Teatro Leste do PLA busca "contrapor narrativas falsas dos EUA" e fornecer informações "claras e transparentes" sobre a situação no Estreito de Taiwan. Ele também destacou que a duração prolongada da operação americana e o uso de um navio de pesquisa oceânica sugerem que os EUA podem estar coletando dados estratégicos sobre as condições marítimas da área.
O Exército chinês, por sua vez, demonstrou prontidão ao divulgar imagens temáticas do Festival das Lanternas, celebrado na China neste dia 12, com a legenda "O aroma dos bolinhos doces é ainda mais fragrante nos postos de combate". A mensagem simboliza que, mesmo durante festividades tradicionais, as tropas chinesas mantêm um alto nível de alerta e estão prontas para agir a qualquer momento, reforçando o compromisso com a segurança do país e a estabilidade do Estreito de Taiwan.
imprimir
