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Publicada em 25/02/2025 às 15h34
Uma doença ainda não identificada matou mais de 50 pessoas na República Democrática do Congo, com a maioria das vítimas falecendo em até 48 horas após o início dos sintomas. O surto começou após três crianças comerem um morcego e morrerem rapidamente. Autoridades de saúde descartaram se tratar de ebola ou outras febres hemorrágicas comuns, mas ainda investigam a causa da doença, que já registrou 419 casos.
O surto da doença misteriosa começou em 21 de janeiro na cidade de Boloko, noroeste da República Democrática do Congo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os primeiros casos ocorreram após três crianças comerem um morcego e morrerem em menos de 48 horas, apresentando sintomas de febre hemorrágica.
De acordo com o diretor médico do Hospital Bikoro, Serge Ngalebato, é muito preocupante o intervalo entre o início dos sintomas e a morte ser de 48 horas na maioria dos casos.
Desde então, foram registrados 419 casos da doença, com 53 mortes confirmadas. Um segundo surto foi identificado em 9 de fevereiro na cidade de Bomate.
Amostras de 13 casos foram enviadas ao Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica em Kinshasa, a capital do país. Os testes descartaram doenças como ebola e outras febres hemorrágicas comuns. Algumas amostras deram positivo para malária, mas ainda não há confirmação de que seja a causa principal do surto.
De acordo com a OMS, a República Democrática do Congo enfrenta surtos frequentes de doenças infecciosas, muitas delas transmitidas de animais para humanos. O consumo de carne de animais selvagens é comum na região devido à falta de outras fontes de proteína.
O número de surtos desse tipo na África aumentou mais de 60% na última década, segundo a OMS.
Em 2024, uma enfermidade desconhecida, com sintomas parecidos com os da gripe, causou dezenas de mortes em outra área da República Democrática do Congo. Posteriormente, especialistas apontaram a malária como a provável causa do surto.