Publicada em 14/02/2025 às 11h15
Porto Velho, RO – O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (União Brasil), usou as redes sociais para destacar sua recente visita a Brasília, onde se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda. O movimento ocorre poucos dias após a exoneração de Júnior Gonçalves da chefia da Casa Civil, personagem-chave até então na política estadual e, ainda, presidente do União Brasil em Rondônia.
Na publicação, Rocha enfatizou sua relação pessoal com Bolsonaro, descrevendo-o como "amigo de antes da política e que continuará sendo depois dela". O governador lembrou que sua entrada na vida pública ocorreu em 2018, com o apoio direto do então presidente, e ressaltou que sua "gratidão não se apaga com o tempo nem com emoção". A declaração pode ser lida como uma reafirmação de sua ligação com o bolsonarismo, uma identidade política que impulsionou sua eleição ao governo, mas que, nos últimos anos, foi "atravessada" pelo senador Marcos Rogério, do PL, derrotado em 2022.
Embora tenha afirmado que "não é sobre partidos, mas sobre pessoas, lealdade e propósito", o cenário sugere que Marcos Rocha está mirando 2026 e busca se posicionar para uma possível candidatura ao Senado Federal. Sua menção ao crescimento econômico de Rondônia e à redução do desemprego reforça um discurso de continuidade administrativa, ou seja, pretende "respingar" no vice, Sérgio Gonçalves (irmão de Júnior), o nome do Palácio à sucessão, enquanto a aproximação com Bolsonaro e Rueda pode ser vista como uma tentativa de garantir respaldo eleitoral e partidário para a disputa.
O pano de fundo desse movimento é a situação indefinida do União Brasil no estado.
Embora Júnior Gonçalves permaneça oficialmente na presidência da sigla em Rondônia, há rumores na imprensa sobre uma possível tentativa de Rocha de assumir o controle da legenda. Essa indefinição pode se tornar crucial para suas ambições políticas, visto que uma candidatura ao Senado exige não apenas capital político, mas também estrutura partidária consolidada.
Na postagem, o governador também procurou reforçar sua gestão, mencionando conquistas como o selo diamante em transparência pública do Tribunal de Contas, o reconhecimento em alfabetização e os avanços na agroindústria. O balanço positivo serve como argumento para fortalecer sua imagem e justificar sua permanência no cenário político mesmo após o fim do mandato como governador.
A reunião em Brasília, portanto, não foi um mero encontro institucional ou um gesto de cortesia. Rocha busca alinhar-se a Bolsonaro, que continua sendo uma figura central na direita brasileira, ao mesmo tempo em que tenta garantir apoio dentro do União Brasil, partido que tem se mostrado dividido em relação ao bolsonarismo.
Se conseguirá equilibrar essas forças e transformar essa movimentação em uma candidatura viável para 2026, dependerá de como conduzirá a questão partidária nos próximos meses.
imprimir
