Publicada em 06/02/2025 às 16h18
O Ministério Público de Rondônia (MPRO) lançou nesta quinta-feira (6/2) o projeto “Rondon.IA”, que visa modernizar e aprimorar os processos internos da instituição por meio do uso de inteligência artificial. A cerimônia ocorreu no auditório do prédio-sede do MPRO, em Porto Velho. A iniciativa busca integrar a inteligência artificial para aumentar a eficiência dos serviços prestados à sociedade.
Entre as várias aplicações que o projeto proporcionará, o “Rondon.IA” será inicialmente incorporado a sistemas do MPRO, como Gabinete e ExtraDigital, permitindo a transcrição automática de vídeos, a sumarização de documentos, a sugestão de minutas e o reconhecimento de padrões em textos.
Durante o lançamento, o Procurador-Geral de Justiça, Ivanildo de Oliveira, explicou que o projeto inclui a aquisição de ferramentas tecnológicas, parcerias com órgãos públicos e o desenvolvimento interno de soluções pela equipe de TI. Segundo ele, a inteligência artificial não substitui a análise humana, mas auxilia na eficiência do trabalho, permitindo maior rapidez na análise de processos e na produção de peças jurídicas. O PGJ também ressaltou que foram estabelecidos critérios éticos e de segurança para garantir a proteção dos dados, reforçando que o objetivo final é melhorar a prestação de serviços à sociedade.
Em sua fala, o Promotor de Justiça Alexandre Jésus de Queiroz Santiago, Chefe de Gabinete da PGJ, ressaltou que a inteligência artificial é um tema central no mundo atual e que o Ministério Público de Rondônia não pode ficar à margem dessa transformação. “Um Ministério Público mais humano é um Ministério Público cada vez mais próximo da sociedade, é uma instituição que compreende melhor a sociedade, que oferece soluções e respostas mais rápidas e eficientes. E a IA está aí para nos ajudar nisso”, explicou.
Responsável pela implementação do projeto, o Promotor de Justiça Jarbas Sampaio Cordeiro destacou que o MPRO busca eficiência não apenas em termos de celeridade e economia, mas principalmente para melhorar o atendimento à população. Como exemplo, mencionou ferramentas já em fase de implantação, como a transcrição automática de vídeos no Sistema Gabinete e a anonimização de documentos. A IA detectará informações sensíveis, como números de documentos e endereços, garantindo a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Palestra
Durante a palestra, transmitida ao vivo, "A nova governança pública na era da inteligência artificial", Wesley Vaz ressaltou como a compreensão e a aceitação de novas tecnologias influenciam a adoção dessas inovações. Ele comparou a evolução da inteligência artificial com a popularização do uso da eletricidade no fim do século XIX, destacando como incertezas e desinformação podem retardar o progresso. No início, as pessoas temiam a eletricidade. Hoje, ninguém vive sem ela. “Com a inteligência artificial, acontece algo semelhante", afirmou.
O palestrante também abordou ainda a importância da governança para garantir que as tecnologias sejam utilizadas para resolver problemas reais. Segundo ele, a governança é um conjunto de diretrizes que orienta o uso adequado da inteligência artificial para entregar valor ao cidadão. "Não basta implementar tecnologia pela tecnologia. Precisamos definir quais problemas queremos resolver e como a IA pode nos ajudar nisso", disse.
Com a implementação destas novas tecnologias, o MPRO dá mais um passo na modernização de seus serviços, tornando suas operações mais ágeis e eficientes. O projeto busca fortalecer o compromisso da instituição em oferecer soluções inovadoras para a defesa dos direitos da população.