Publicada em 04/02/2025 às 11h19
As negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza começaram na manhã desta terça-feira (4), disse o porta-voz do grupo terrorista Hamas.
O acordo de trégua na guerra entre Israel e Hamas no território palestino, anunciado no dia 15 de janeiro pelo Catar —líder das mediações junto com EUA e Egito— previa um acordo de três fases, sendo as duas últimas com termos a serem negociados durante a implementação da primeira fase. Leia mais sobre o acordo abaixo.
Durante o cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, 18 reféns que estavam em poder do Hamas em Gaza foram libertados, e em troca Israel soltou prisioneiros palestinos. Também houve um aumento na entrada de ajuda humanitária aos habitantes do território.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça que enviará "no final da semana" uma delegação ao Catar na retomada das negociações do cessar-fogo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e Netanyahu se encontrarão nesta terça-feira em Washington D.C. e discutirão, entre outros assuntos, o cessar-fogo em Gaza, segundo uma alta autoridade dos EUA ouvida pela agência de notícias Reuters.
Netanyahu chega ao encontro com Trump enfrentando pressões opostas: dos membros da extrema direita que compõem sua coalizão de governo, que querem o fim da trégua temporária na guerra, e de israelenses cansados da guerra, que desejam o retorno de todos os reféns e o fim do conflito, que já dura 15 meses.
Trump se mostra cauteloso sobre a viabilidade da trégua a longo prazo, mesmo assumindo o crédito por pressionar Hamas e Israel a chegarem a um acordo de cessar-fogo e troca de reféns.
"Não tenho garantias de que a paz será mantida", disse Trump a repórteres na segunda-feira.
Segundo a autoridade americana ouvida pela Reuters, Trump enxerga a Faixa de Gaza como um canteiro de demolição e acha desumano forçar pessoas a viverem em uma terra inabitável.
Antes de viajar para o encontro, Netanyahu falou sobre planos para "redesenhar o Oriente Médio" com a ajuda de Trump.