![Pensando em 2026, Mosquini se distancia de Confúcio, deve dar adeus ao MDB e aumenta o leque ao Governo de Rondônia](/uploads/v7fep0n87pilkfk.jpg)
Publicada em 07/02/2025 às 11h41
Porto Velho, RO – A possível candidatura do deputado federal Lúcio Mosquini ao governo de Rondônia em 2026 acrescenta um novo elemento ao já conturbado tabuleiro político estadual. Parlamentar de perfil técnico e ferrenho defensor do agronegócio, Mosquini desponta como uma alternativa ao eleitorado de direita que rejeita tanto os flancos mais ideológicos quanto os mais moderados dentro do espectro conservador. Sua eventual entrada na disputa pode representar um teste de força para a influência de sua base e sua capacidade de articulação em um cenário que se desenha cada vez mais fragmentado.
Hoje, a direita em Rondônia se divide entre dois polos principais. De um lado, o grupo do governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil), cuja base natural deve migrar para o vice Sérgio Gonçalves, caso a candidatura de continuidade da atual administração se concretize. Do outro, a ala bolsonarista mais radical, liderada pelo senador Marcos Rogério (PL), que, após perder para Rocha em 2022, busca reabilitação eleitoral. Nesse contexto, a eventual postulação de Mosquini, dissociado de discursos extremados e focado em pautas produtivas, pode representar um ponto de equilíbrio entre essas forças.
Nos bastidores, comenta-se que Mosquini planeja trocar o MDB por uma sigla mais alinhada ao seu perfil político. O Republicanos surge como uma possibilidade, mas qualquer partido do centro ou de centro-direita pode ser uma opção viável. Sua saída do MDB, partido que abriga o senador Confúcio Moura, tem menos a ver com divergências pessoais e mais com estratégia política. O alinhamento de Confúcio ao governo Lula (PT) gera desgastes que Mosquini, com pretensões majoritárias, não pode se dar ao luxo de carregar.
Para viabilizar sua candidatura, ele precisa afastar qualquer associação com o campo da esquerda, mirando em um eleitorado que valoriza governabilidade, pragmatismo e, sobretudo, crescimento econômico.
A disputa, no entanto, não se restringirá à direita. Outros nomes começam a ganhar espaço, como o do prefeito de Cacoal, Adaílton Fúria (PSD), que, desprovido de um posicionamento ideológico explícito, aposta em realizações administrativas para se viabilizar como candidato. Fúria conta com o apoio de Expedito Júnior, presidente estadual do PSD, e se coloca como um postulante que pode atrair tanto votos do eleitorado mais técnico quanto daqueles que rejeitam o debate político polarizado.
Outro possível nome na corrida é o do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que, segundo Expedito, pode compor com o PSD na disputa de 2026. Apesar de não estar oficialmente no jogo, Hildon surge como uma alternativa viável para um eleitorado que busca experiência administrativa e independência política.
Neste cenário, Mosquini se apresenta como uma candidatura de perfil moderado, capaz de dialogar com diferentes segmentos da sociedade sem se prender a discursos morais ou demagogias. Sua bandeira está clara: uma defesa intransigente do agronegócio e da infraestrutura como motores do desenvolvimento de Rondônia. Para consolidar sua viabilidade, precisará mostrar força dentro da direita e provar que pode competir com nomes que já possuem recall eleitoral no estado.
O jogo para 2026 ainda está longe de ser definido, mas a movimentação nos bastidores já mostra que o caminho para o Palácio Rio Madeira será pavimentado com alianças estratégicas, reposicionamentos políticos e uma disputa intensa pelo eleitorado que decidirá os rumos do estado nos próximos anos.