Publicada em 06/02/2025 às 16h20
O jornalista Rodrigo Bocardi, demitido da Globo na semana passada por violação do código de ética da empresa, cobrava R$ 55 mil por hora para oferecer consultoria e treinamento de mídia a executivos e políticos. Em outubro de 2023, ele realizou dez sessões desse tipo por meio de sua empresa. As informações são do portal Folha de São Paulo.
Segundo informações obtidas pela coluna, a prática de media training não é totalmente proibida pela Globo, mas exige que os jornalistas informem previamente a emissora para avaliação interna. Bocardi, no entanto, não teria seguido esse procedimento em alguns casos, o que se somou a outros fatores que levaram à sua dispensa.
Entre 2017 e 2023, ele prestou serviços para o banco Bradesco, o que configura um conflito de interesses, de acordo com o código de ética do Grupo Globo. Em 2019, uma situação semelhante levou à saída de Dony de Nuccio, então apresentador do Jornal Hoje, que realizou trabalhos para a mesma instituição financeira sem o conhecimento da emissora.
Bocardi foi demitido por justa causa após uma investigação interna, recomendada pelo setor de compliance da Globo. Inicialmente, ele foi alvo de uma acusação de assédio moral, que não foi comprovada. No entanto, durante a apuração, descobriu-se que ele também prestava serviços de comunicação para uma empresa que atende contas públicas, incluindo concessionárias de ônibus da Grande São Paulo.
A Globo não comentou o caso, e Bocardi não respondeu aos contatos da coluna. No momento, ele negocia com o SBT para assumir a apresentação de um telejornal na emissora.
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