Publicada em 04/02/2025 às 15h56
Dois grupos de funcionários do FBI processaram o Departamento de Justiça dos Estados Unidos nesta terça-feira (4) para tentar impedir a divulgação de uma lista com os nomes dos agentes que investigaram os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A relação, no entanto, já foi repassada para a Procuradoria-Geral, segundo a agência Reuters.
Naquele dia, centenas de apoiadores de Donald Trump invadiram o edifício na tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020. Cinco pessoas morreram e cerca de 140 policiais foram agredidos durante o ataque.
Mais de 1.500 pessoas foram alvos de investigações criminais. Ao retornar ao cargo, em 20 de janeiro deste ano, Trump concedeu perdão presidencial a todos os condenados.
Na sexta-feira, o procurador-geral adjunto interino dos Estados Unidos, Emil Bove, demitiu oito altos funcionários do FBI e cerca de 17 promotores que atuaram nos casos relacionados ao ataque de 6 de janeiro
Bove também ordenou à liderança do FBI que entregasse uma lista com todos os funcionários da agência que participaram da investigação do ataque. Segundo a Reuters, uma relação já foi enviada com os números de identificação dos funcionários.
O Departamento de Justiça não informou o que irá fazer com a lista.
Diante do caso, agentes do FBI resolveram processar o Departamento de Justiça. Na petição, eles alegam que Bove pretende identificar agentes para demiti-los ou puni-los de alguma forma.
"Os requerentes temem, de forma razoável, que toda ou parte dessa lista possa ser divulgada por aliados do presidente Trump, colocando-os e suas famílias em perigo imediato de retaliação por parte dos condenados de 6 de janeiro, agora perdoados e em liberdade", afirma a ação judicial.
O diretor interino do FBI, Brian Driscoll, informou que a lista solicitada pela Procuradoria-Geral incluiria milhares de funcionários, incluindo ele próprio. Segundo estimativas dos agentes, cerca de 6.000 servidores participaram das investigações.
No fim de semana, os funcionários do FBI receberam um questionário pedindo detalhes sobre suas funções nos casos de 6 de janeiro, com prazo de resposta até a tarde de segunda-feira (3).