![Único aliado de Lula na bancada, Confúcio parece ensaiar retorno ao Governo de Rondônia com críticas à econômia](/uploads/t90n7vlxf2ni3s2.jpg)
Publicada em 12/02/2025 às 11h09
Porto Velho, RO – O ex-governador e atual senador Confúcio Moura (MDB) deu sinais claros de que pretende se recolocar no centro do debate político estadual, sugerindo, de maneira velada, uma possível candidatura ao Palácio Rio Madeira em 2026. Em recente declaração pública, Moura apontou fragilidades na economia rondoniense, criticando a estagnação do estado e a perda populacional. Embora tenha evitado ataques diretos, a análise tem um claro destinatário: o atual governador, Coronel Marcos Rocha (União Brasil).
O emedebista, que visita mais de 20 municípios para reorganizar o partido, faz um movimento que vai além da simples reestruturação da legenda. O esforço de fortalecimento do MDB demonstra uma estratégia de longo prazo que pode culminar na candidatura ao governo. "Nós queremos um MDB voltado para a realidade de Rondônia", afirmou Moura, indicando que a legenda pretende assumir papel central na condução do estado.
Se confirmada sua candidatura, será a primeira vez que o ex-governador enfrentará o eleitorado sob a ótica da polarização política nacional. Eleito e reeleito em 2010 e 2014 sem sofrer grande influência desse fenômeno, Moura agora carrega o peso de ser o único aliado declarado do governo Lula (PT) na bancada federal de Rondônia. Essa posição pode ser um trunfo na busca por recursos, mas também uma barreira para conquistar eleitores mais alinhados à direita, que tradicionalmente o apoiaram no passado.
Na sua fala, Moura destaca que Rondônia vive uma "situação de estabilidade econômica que não mostra vigor" e menciona que apenas Vilhena cresceu enquanto outras cidades do estado encolheram. A crítica, ainda que embalada em tom técnico e moderado, representa um recado ao governo estadual, que construiu sua narrativa em cima de uma suposta solidez econômica.
O grande desafio do senador, caso decida disputar o governo, será unir o campo progressista em torno de seu nome e, ao mesmo tempo, atrair parte do eleitorado de centro-direita que historicamente compôs sua base. "Nós não somos contra a direita e não somos contra a esquerda. Dá para conviver muito bem", disse Moura, em uma tentativa de reforçar a imagem de equilíbrio.
Entretanto, em um cenário onde a política rondoniense tem se tornado cada vez mais influenciada pelo embate ideológico, essa posição intermediária pode não ser suficiente para conquistar a confiança dos conservadores. Moura precisará apresentar uma estratégia clara para evitar a fragmentação de sua base eleitoral e consolidar-se como alternativa viável ao atual governo.
O discurso de fortalecimento do MDB e a mobilização por novas lideranças indicam que Confúcio Moura está preparando o terreno. Resta saber se, ao entrar de fato na disputa, conseguirá manter a imagem de conciliador e superar a resistência que sua nova posição política pode gerar.