
Publicada em 13/03/2025 às 10h47
Porto Velho, RO – O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), anunciou que, a partir de abril, estará proibida a circulação de carretas na Avenida Jorge Teixeira nos horários de pico. A medida, que visa melhorar a mobilidade urbana, tem recebido amplo apoio da população nas redes sociais, mas gerou atritos com representantes do setor produtivo, que demonstraram preocupação com os impactos econômicos da restrição.
O anúncio foi feito pelo prefeito em sua conta oficial no Instagram, onde detalhou que a proibição valerá das 6h30 às 8h e das 17h30 às 19h. Segundo Moraes, a iniciativa foi tomada após diálogos com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que atendeu ao pedido da prefeitura. “A restrição será por poucas horas, garantindo mais fluidez no trânsito sem prejudicar os caminhoneiros, assim como acontece em várias cidades do Brasil”, escreveu Moraes. O prefeito também destacou que até a implementação da medida, a Secretaria Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transportes (SEMTRAN), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), promoverá ações educativas para orientar os motoristas.
A decisão, no entanto, foi recebida com preocupação pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja-RO). Em comunicado publicado nas redes sociais, a entidade argumentou que a restrição poderá afetar o escoamento da safra e a distribuição de produtos agrícolas. A diretora da Aprosoja-RO, Antonielly Rottoli, afirmou que é necessário avaliar os impactos da medida. “Prefeito, impedir a circulação dessas cargas pode resultar em atrasos, perdas de produtos e, consequentemente, prejuízos significativos para os produtores rurais do Estado”, declarou.
Antonielly ainda defendeu que a prefeitura invista em soluções alternativas para a logística, como a modernização da infraestrutura viária e a criação de rotas exclusivas para os caminhões. “O agronegócio é um dos pilares da economia de Rondônia e qualquer entrave logístico pode repercutir diretamente no bolso de quem produz e dos consumidores”, acrescentou.
O debate ganhou um novo capítulo com a participação do ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), nos comentários do post da Aprosoja-RO. Chaves manifestou apoio à preocupação da entidade e escreveu: “Concordo integralmente. Parabéns pela lucidez dos comentários. O setor produtivo não é o problema, é a solução. Sempre disse que, se os governos, nos níveis municipal, estadual e federal, não atrapalharem a iniciativa privada, isso ajudaria muito. Rondônia e o Brasil têm que continuar crescendo”.
Apesar das críticas, a população demonstrou amplo apoio à iniciativa nas redes sociais, destacando os frequentes engarrafamentos causados pelo alto fluxo de caminhões nos horários de maior movimentação. Muitos comentários enfatizam que a medida trará mais segurança e fluidez ao trânsito da capital.
Em resposta a um usuário que o questionou sobre a continuidade da circulação das carretas na cidade, o prefeito reafirmou que a proibição ocorrerá apenas em horários específicos e que há cobranças ao governo federal para melhorias na infraestrutura. “Isso acontece em vários lugares do país. Estamos cobrando melhorias ao governo federal”, respondeu Moraes.