
Publicada em 22/03/2025 às 10h51
A provável fusão entre União Brasil e o PP para as Eleições de 2026, que reelegerão ou elegerão presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e no Distrito Federal; Câmara Federal e Assembleias Legislativas, está a pouco mais de 19 meses e é assunto central nos bastidores da política. A parceria de União e PP, que dificilmente deixará de acontecer, provocará uma “chacoalhada” na política regional.
Recentemente, uma das lideranças políticas de Rondônia, Ivo Cassol, que já foi prefeito de Rolim de Moura, governador em dois mandatos seguidos e senador, perdeu a presidência estadual do PP para a deputada federal Sílvia Cristina, que deixou o PL para assumir o partido no Estado. Cassol está sem mandato, continua inelegível e com mínimas chances de conseguir se candidatar no próximo ano.
O assunto predominante na política nacional é a fusão do PP com o União, que deverá ser formatada nos próximos dias. Caso a parceria seja confirmada — e as chances são enormes —, como ficarão no mesmo partido lideranças como o governador Marcos Rocha e o deputado federal Fernando Máximo, ambos do União, e Sílvia Cristina, do PP, todos se preparando para disputar as duas vagas ao Senado?
É muito difícil, mas não impossível, eleger dois candidatos ao Senado de um mesmo segmento. Nas eleições de 2018 ao Senado, as duas vagas foram preenchidas com Confúcio Moura (MDB) e Marcos Rogério, na época no DEM, de segmentos políticos diferentes. As eleições ao Senado do próximo ano não devem ser diferentes.
Para deixar o quadro de pré-candidatos ao Senado mais acirrado, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que comanda o PL, disse recentemente que o seu candidato a senador em Rondônia é o pecuarista de Ji-Paraná, Bruno Scheid. Ele faria parceria com o senador Marcos Rogério, presidente regional do PL, que novamente deverá concorrer ao cargo de governador. Nas eleições de 2022, Rogério foi derrotado no segundo turno por Marcos Rocha (União), que se reelegeu, apesar de a maioria das pesquisas apontarem o senador como favorito.
A fusão PP-União deixará no mesmo grupo de prováveis candidatos ao Senado os deputados federais Sílvia Cristina e Fernando Máximo, o governador Marcos Rocha e o pecuarista Bruno Scheid. Certamente, teremos na disputa nomes de esquerda e centro-esquerda, no caso Fátima Cleide (PT) e o ex-senador Acir Gurgacz, respectivamente. Acir deverá ganhar elegibilidade a partir de fevereiro do próximo ano e já foi prefeito de Ji-Paraná.
Na condição de a fusão PP-União ser consolidada, como está se encaminhando, a disputa pelo Senado deverá ficar bem complicada. Rocha é ligado a Bolsonaro, que já tem candidato em Rondônia ao Senado, o pecuarista Bruno Scheid. Ambos terão as bênçãos do ex-presidente?
Outra situação é que a parceria confirmada poderá comprometer o atual quadro de pré-candidatos ao Senado no Estado, com prejuízos para Ji-Paraná, que teria, em um mesmo grupo (centro-direita), Marcos Rogério a governador e Bruno Scheid a senador, pelo PL, Sílvia Cristina da fusão PP-União, além de Acir Gurgacz. Ji-Paraná teria três candidatos ao Senado: Sílvia Cristina e Bruno Scheid (centro-direita) e Acir Gurgacz (centro-esquerda). Isso certamente favorecerá os adversários.
Também não estaria descartada, mesmo ambos sendo do mesmo segmento político, mas um da capital e outro do interior, como deve ser uma candidatura majoritária a governador, de Marcos Rogério na cabeça com Fernando Máximo de vice. Não há dúvida de que seria uma dupla com enorme potencial de voto, porém é fundamental calçarem as sandálias da humildade para poder formatar a composição. Comenta-se que Máximo poderia se filiar ao PL. Política é momento e, até as convenções partidárias do próximo ano, as negociações serão intensas.
Outro segmento com potencial de votos e em condições de entrar na disputa pelo Governo do Estado e Senado com chances reais tem o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), e o prefeito reeleito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), que conseguiu mais um mandato com mais de 83% dos votos válidos nas eleições de outubro último. São lideranças consolidadas da capital e do interior, com amplas condições de conseguirem os objetivos nas eleições de 2026.
Hildon, desde a entrega da prefeitura no primeiro dia do ano ao prefeito eleito Leo Moraes (Podemos), trabalha uma candidatura ao Governo do Estado. Deixou a prefeitura após dois mandatos seguidos, com elevado percentual de aprovação (em torno de 90%), e continua como presidente da Associação dos Municípios de Rondônia (Arom), mandato que vai até o final de 2026.
A situação entre Hildon e Fúria é a mesma no caso da parceria de Rogério-Máximo. Hoje, seria Rogério governador e Máximo senador, mas Rogério governador e Máximo vice formaria uma dupla de respeito.
Hildon governador e Fúria vice é um quadro real, plenamente possível e com chances de sucesso nas eleições gerais do próximo ano. Que Rogério-Máximo busquem a melhor opção, o mesmo ocorrendo com Hildon e Fúria. Basta que sigam o exemplo de Moisés...