Publicada em 21/03/2025 às 15h42
O Exército do Sudão retomou o controle do palácio presidencial em Cartum, que estava nas mãos dos rebeldes do grupo paramilitar RSF, nesta sexta-feira (21), após uma intensa batalha, anunciou um porta-voz militar.
A televisão estatal divulgou imagens das tropas festejando a retomada. Os próprios soldados também fizeram vídeos da celebração e postaram em redes sociais.
"Nossas forças destruíram por completo os combatentes e o material do inimigo, e se apoderaram de grandes quantidades de equipamentos e armas. O Exército seguirá avançando em todas as frentes até que a vitória seja completa e cada centímetro de nosso país esteja expurgado da milícia e de seus partidários", disse Nabil Abdalá em comunicado.
Soldados do Exército comemoram retomada do palácio presidencial no Sudão — Foto: REUTERS
Em um comunicado publicado no Telegram, o RSF afirmou que a "batalha pelo Palácio Republicano não terminou" e que lançou um ataque que matou dezenas de soldados do Exército que estavam no local.
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De acordo com fontes do Exército sudanês, que falaram às agências de notícias AFP e Reuters sob condição de anonimato, três jornalistas da TV estatal também foram mortos no ataque do grupo paramilitar ao palácio com um drone.
Um porta-voz do exército sudanês — Foto: REUTERS
O Sudão está submerso em uma guerra desde 15 de abril de 2023, no qual o chefe do Exército regular, Abdel Fatah al Burhan, enfrenta um ex-auxiliar, líder do RSF, o general Mohamed Hamdan Daglo.
O palácio presidencial, em Cartum, a capital, estava ocupado pela facção paramilitar desde o início do conflito, o que obrigou o governo alinhado com o Exército a fugir para Porto Sudão, às margens do Mar Vermelho.
Um especialista militar, que falou sob anonimato por razões de segurança, afirmou à AFP que "com a entrada do Exército no Palácio Republicano, que significa o controle do centro de Cartum, a milícia perdeu suas forças de elite".
O grupo paramilitar RSF ainda mantém posições em Cartum e em sua cidade gêmea de Ondurman, do outro lado do Nilo Branco.
Fachada do Palácio Presidencial do Sudão completamente destruída — Foto: AP Photo
No resto do país, os combates se intensificaram nas últimas semanas no El Fasher, capital de Darfur do Norte, sitiada desde maio e que os paramilitares tentam tomar para controlar o conjunto da vasta região ocidental de Darfur.
Desde seu início, a guerra causou milhares de mortos e o deslocamento de 12 milhões de pessoas, provocando a maior crise alimentar e de deslocamento do mundo.
Na Grande Cartum, pelo menos 3,5 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas como consequência da violência, e pelo menos 100 mil pessoas enfrentam a desnutrição, segundo dados da ONU.
Muitos sudaneses comemoraram a declaração do Exército de que tinha o controle do palácio.
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