
Publicada em 11/03/2025 às 11h27
Porto Velho, RO – O deputado federal Fernando Máximo revelou bastidores da sua exclusão da corrida eleitoral pela Prefeitura de Porto Velho em entrevista ao jornalista Robson Oliveira, no podcast Resenha Política, veiculado nesta terça-feira (11). Máximo, que liderava pesquisas internas do União Brasil, afirmou que dirigentes nacionais do partido chegaram a garantir-lhe a legenda, mas que, após reuniões com lideranças locais, a situação mudou, e ele acabou substituído por outra candidatura. O parlamentar atribuiu a reviravolta a acordos políticos que, segundo ele, não incluíam sua participação.
"Em julho de 2023, os presidentes nacional e vice do União Brasil me chamaram para conversar com uma pesquisa na mão, que mostrava minha liderança. Eles queriam que eu fosse candidato a prefeito de Porto Velho, porque o partido precisava de prefeitos em capitais", afirmou. Máximo, contudo, disse que, naquele momento, ainda priorizava o mandato como deputado federal e queria evitar conflitos internos. "Mas depois de um tempo, vi que as pesquisas faziam sentido, porque as pessoas me pediam para ser candidato", acrescentou.
O deputado relatou que, no jantar de fim de ano do partido, em dezembro de 2023, ouviu novamente a promessa de que teria a legenda. "Rueda [presidente do União Brasil] disse que eu era o pré-candidato e que resolveria a questão com o diretório estadual", explicou. No entanto, no início de 2024, após uma reunião de representantes do partido em Porto Velho com Rueda, o contato entre ele e a direção nacional esfriou. "Ele começou a não me atender mais, não respondia mensagens", revelou.
A articulação resultou na filiação de outra candidata ao União Brasil no último dia da janela partidária, eliminando a possibilidade de Máximo disputar a prefeitura. "Depois dessa reunião em Brasília, a situação ruiu", lamentou o parlamentar.
CONFIRA:
Convites de outros partidos e disputa pelo Senado
O deputado também revelou que recebeu convites de outras legendas, como o PL, mas não aceitou por não haver janela partidária. "Se eu trocasse de partido, perderia meu mandato de deputado federal e não poderia continuar ajudando as mais de 85 mil pessoas que votaram em mim", justificou. Segundo Máximo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a oferecer estrutura completa para sua candidatura, incluindo apoio financeiro e a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro na campanha.
Ao longo da entrevista, Máximo também abordou sua possível candidatura ao Senado, possibilidade que, segundo Robson Oliveira, estaria incomodando aliados do governador Marcos Rocha. "O entorno do governador tem medo danado de te enfrentar", afirmou o jornalista. O deputado não descartou a disputa, mas evitou cravar sua decisão. "Eu quero aquilo que for bom para Rondônia. Onde eu puder ajudar, eu acho que é interessante", respondeu.
Polêmicas na Saúde: Hospital João Paulo II e investigações
Ex-secretário de Saúde de Rondônia, Máximo foi questionado sobre a situação do Hospital João Paulo II e sobre o projeto do Hospital Euro, cuja construção foi interrompida após embargo da prefeitura de Porto Velho. O parlamentar argumentou que a pandemia atrasou o cronograma e que, ao sair da Secretaria, o projeto estava avançado. "A nossa prioridade naquele momento era salvar vidas", justificou. Ele criticou a falta de diálogo entre o governo e a prefeitura, que levou à paralisação da obra.
Sobre investigações da Polícia Federal relacionadas à compra de testes rápidos para Covid-19, Máximo negou qualquer envolvimento. "Graças a Deus não sou indiciado, não sou investigado, meu nome nem consta na investigação", declarou. Segundo ele, há um "jogo político" para associá-lo ao caso.
Ao fim da entrevista, Máximo se colocou à disposição para futuras disputas eleitorais. "Não sou de fugir de desafios", afirmou, reforçando que sua prioridade continua sendo o mandato de deputado federal.
