
Publicada em 15/03/2025 às 10h44
A maioria dos prefeitos reeleitos em Rondônia se prepara para enfrentar as eleições do próximo ano, quando ocorrerão as gerais, de presidente da República a deputados estaduais. Para o Senado, serão duas vagas, hoje ocupadas por Confúcio Moura (MDB) e Marcos Rogério, que preside o PL no Estado.
A princípio, Confúcio e Rogério buscarão um novo mandato, mas, nos bastidores, não é bem isso que se comenta com mais regularidade. A meta de ambos seria a disputa pelo Governo do Estado, cargo que Confúcio já ocupou durante dois mandatos seguidos, após ter sido prefeito por mais de um mandato em Ariquemes e deputado federal.
Marcos Rogério já passou pela Câmara de Vereadores de Ji-Paraná e pela Câmara Federal. Nas eleições de 2022, concorreu à sucessão estadual e chegou ao segundo turno contra Marcos Rocha (União), aparecendo como favorito em quase todas as pesquisas eleitorais. No entanto, Rocha conseguiu se reeleger.
Hoje, a conversa predominante é sobre o futuro político de ambos. Confúcio é um político bem mais experiente e domina boa parte do partido (MDB), que já teve como principal líder o ex-vereador, prefeito, governador e senador Valdir Raupp, atualmente afastado da política partidária.
Confúcio é aliado do presidente Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional e, inclusive, se manifestou publicamente no aniversário do PT (10/2), destacando o partido e o trabalho do chefe político da Nação. Nada adiantou sobre seu futuro na política, mas pessoas próximas garantem que ele estará concorrendo em 2026. A princípio, Confúcio teria o apoio do PT no caso de uma reeleição ao Senado, onde o partido já teria Fátima Cleide como candidata.
No entanto, a jogada estratégica de Confúcio ao se aproximar do partido do presidente Lula poderia indicar sua intenção de disputar o Governo do Estado. Fátima é o nome do PT para o Senado, cargo que já ocupou com destaque, deixando um legado de serviços prestados. O PT não tem um nome com potencial de votos suficiente para aspirar uma candidatura à sucessão estadual, exceto Fátima, mas ela representaria uma garantia para uma das duas vagas em disputa no Senado no próximo ano.
Provavelmente, haverá uma federação MDB/PT no Estado, com Confúcio candidato a governador e Fátima ao Senado. Anote.
A disputa pelo Governo do Estado e pelas duas vagas ao Senado será ampla, além das eleições para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. Dois nomes despontam com chances de sucesso ao governo: o ex-prefeito de Porto Velho e presidente da Associação Rondoniense dos Municípios (AROM) até o final de 2026, Hildon Chaves (PSDB), e Adailton Fúria (PSD), reeleito prefeito de Cacoal com mais de 83% dos votos válidos e uma forte liderança no interior do estado.
Existe até a possibilidade de uma união entre Chaves e Fúria. Caso isso ocorra — e há muitas chances de essa dobradinha se concretizar —, desde que ambos se ajustem sem vaidades e estrelismo, a parceria será difícil de ser batida nas urnas, dada a expressiva liderança regional de cada um.
Também há lideranças regionais que já demonstraram força eleitoral e que despontam como futuros candidatos com possibilidades de êxito em 2026 para a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa. Entre os citados estão os prefeitos Flori Cordeiro (Podemos), de Vilhena; Aldo Júlio (União), de Rolim de Moura; e Carla Redano (União), de Ariquemes — todos reeleitos e mencionados como prováveis candidatos. Flori e Carla para a Câmara Federal e Aldo para a Assembleia Estadual.
Ex-prefeitos que conseguiram dois mandatos seguidos e elegeram seus sucessores também estão entre os prováveis candidatos considerados “bons de voto”. João Gonçalves Júnior, ex-prefeito de Jaru, é citado para uma vaga na Câmara Federal, e Arismar Araújo Lima, ex-prefeito de Pimenta Bueno, é frequentemente mencionado como possível candidato à Assembleia Legislativa ou à Câmara Federal.
O prefeito reeleito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni (União), que está em seu quarto mandato e já passou pela Assembleia Legislativa — inclusive na Mesa Diretora como 1º secretário —, não concorrerá às eleições de 2026. No entanto, seu filho, Ninho Testoni, está na lista de candidatos ao Legislativo Estadual. Vale destacar que, atualmente, Ouro Preto não tem nenhum representante na Assembleia Legislativa de Rondônia nem na Câmara Federal. Ninho preside o PL municipal e está organizando o partido para as eleições do próximo ano.
A situação de pai e filho se repete em Ji-Paraná, segundo maior e mais importante município de Rondônia, tanto política quanto economicamente. O ex-prefeito Isaú Fonseca (União) não conseguiu se reeleger em 2024, mas seu filho, Negão, foi reeleito vereador com 1.572 votos, sendo o terceiro mais votado. Embora Negão provavelmente não concorra, Isaú estaria formatando uma candidatura a deputado estadual.
O quadro exposto reflete um cenário provável para as Eleições 2026 e está bem próximo da realidade, pois espelha o momento atual da política regional. Faltam 19 meses para as eleições, o que pode parecer distante, mas o tempo passa rápido e exige mobilização antecipada para evitar surpresas desagradáveis no futuro.