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Publicada em 03/03/2025 às 11h29
Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB-RO) afirmou que a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE) anterior foi "vergonhosa" e atribuiu a responsabilidade pelo fracasso educacional no Brasil, em grande parte, aos gestores municipais. Em artigo publicado neste domingo (2), ele destacou que, apesar da ampla participação popular na construção do plano anterior, com contribuições de conselhos municipais, estaduais e da União, pouco foi efetivamente realizado ao longo dos anos.
Membro da Comissão de Educação no Senado, Moura expressou desânimo em relação aos sucessivos debates sobre o tema. Segundo ele, desde os anos 1990, quando ocupava uma cadeira na Câmara dos Deputados, a educação tem sido alvo de discursos e promessas, mas com poucos avanços práticos. "Fizemos incontáveis discursos, mas os avanços foram mínimos, como o aumento do número de matrículas", disse.
O senador ressaltou que apenas alguns estados, como Ceará, Piauí, Paraíba, Goiás e Espírito Santo, conseguiram implementar políticas educacionais bem-sucedidas, mas que tais exemplos são exceções. "A grande maioria dos municípios não tem feito o dever de casa", afirmou. Ele enfatizou que os gestores locais precisam ser cobrados de maneira mais rigorosa para garantir melhorias na qualidade da educação.
Para Moura, um dos caminhos para reverter o atual cenário seria condicionar benefícios a resultados concretos na educação. "É essencial exigir resultados dos prefeitos em troca de benefícios, estabelecendo uma cultura de responsabilidade", defendeu. O parlamentar argumenta que a educação no país não pode mais ser guiada apenas por debates teóricos ou planejamentos distantes da realidade.
O senador reforçou a necessidade de ações práticas e imediatas para enfrentar o atraso educacional. Segundo ele, o novo PNE deve ter um enfoque pragmático, voltado à alfabetização no tempo adequado e à melhoria das condições de ensino para a população mais vulnerável. "Agora, o enfoque deve ser na prática. Não podemos nos permitir continuar sonhando eternamente, projetando um futuro distante para resolver a caótica situação educacional que vivemos", concluiu.
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