
Publicada em 05/04/2025 às 10h48
Faltam 18 meses para a realização das eleições gerais de 2026, quando serão reeleitos e eleitos presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado de cada estado e do Distrito Federal, além da Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Apesar de distantes, as eleições de 2026 já movimentam os dirigentes políticos, com a certeza de que teremos, entre os candidatos aos diversos cargos, políticos experientes que estavam afastados por questões próprias ou impedimentos legais.
Os bastidores da política estão por demais movimentados nos últimos dias, pois “o tempo é o senhor da razão” e deve ser muito bem aproveitado, principalmente no segmento em que um erro, por mais simples que seja, pode representar a perda de um mandato.
Um dos temas mais comentados é a volta de lideranças com passagens das mais positivas na política regional, algumas de expressão nacional. Vários tiveram problemas legais, como o ex-senador e ex-prefeito de Ji-Paraná, Acir Gurgacz, que preside o PDT no estado e está inelegível, mas estará em condições de concorrer em 2026. É o mesmo caso de Ivo Cassol, que já foi prefeito (Rolim de Moura), governador e senador. Está inelegível, a exemplo de Acir, mas terá condições de entrar na disputa eleitoral do próximo ano.
Acir e Cassol não podem ser considerados como da “Velha Guarda”, mas são políticos experientes que já passaram por cargos importantes por meio do voto direto. Estariam no bloco intermediário, mas com tendências para os mais antigos: Acir ao Senado e Cassol à sucessão estadual.
As oito vagas a deputado federal prometem disputa intensa. Os “velhinhos” estão de olho nelas. O ex-senador Expedito Júnior, presidente regional do PSD, que está há 20 anos sem mandato, continua sendo referência quando o assunto é política.
Júnior foi eleito vereador em Rolim de Moura (1984–1986), deputado federal por três mandatos (1987, 1995–1998 e 1999–2003) – sendo o mais jovem constituinte do Brasil – e senador pelo estado de Rondônia (2007–2009). Também tem representatividade política em Porto Velho. Está há mais de uma década sem mandato, mas nunca deixou de ser um político influente e com enorme capacidade de articulação. Estaria trabalhando uma candidatura a deputado federal.
A lista é enorme. Amir Lando, ex-deputado (estadual e federal) e ex-ministro da Previdência, percorre o estado mantendo contato com lideranças regionais. Está entre os nomes que estarão em busca de uma cadeira na Câmara Federal.
Outra liderança marcante na política regional é Ernandes Amorim, que foi vereador e prefeito de Ariquemes em mais de um mandato, deputado estadual, deputado federal e senador. Só não conseguiu se eleger governador. Deverá se candidatar a deputado federal, mas não estaria descartado o Senado.
A filha de Amorim, Daniela, esteve em dois mandatos na Prefeitura de Ariquemes e foi deputada estadual. A outra filha, Helma, é prefeita de Alto Paraíso, e o filho Ernan, prefeito de Cujubim. Não há como ignorar a liderança política da família Amorim na região da Grande Ariquemes.
No Cone Sul temos o ex-deputado federal Natan Donadon, de família tradicional na política regional, com fortes ramificações em Vilhena e Colorado do Oeste. Natan pretende retornar à Câmara Federal e trabalha há tempos para isso. Seu irmão, Melki, já foi prefeito de Vilhena em mais de uma oportunidade e de Colorado. A cunhada Rosani, esposa de Melki, foi prefeita de Vilhena, e a irmã, Mirian, de Colorado, onde o saudoso pai, Marcos, também foi prefeito. Marcos Antônio, irmão de Natan, foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, e a esposa de Marcos é deputada estadual e está no terceiro mandato consecutivo.
Ainda do interior e com pretensões de chegar à Câmara Federal, temos o ex-prefeito de Ji-Paraná, ex-deputado estadual Jesualdo Pires, ex-primeiro-secretário da Assembleia Legislativa (ALE), com mais de 195 mil votos nas eleições de 2018 ao Senado. Seu nome também está sempre sendo citado como provável candidato a vice-governador ou a governador. Provavelmente, optará pela candidatura a deputado federal, onde dificilmente deixaria de ocupar uma das oito vagas.
Na capital, comenta-se com intensidade o nome do ex-prefeito Roberto Sobrinho, dois mandatos seguidos. Ele foi afastado do cargo nos últimos meses, com acusações de irregularidades em sua administração. Foi absolvido, porque não conseguiram provar as acusações. Sobrinho tem condições legais para concorrer e estaria de olho na Câmara Federal.
Fechando a lista está Valdir Raupp, ex-vereador e ex-prefeito em Rolim de Moura, ex-governador e ex-senador. Raupp também presidiu o MDB em Rondônia e foi presidente e vice-presidente nacional da sigla. Está afastado da política desde 2018, quando não conseguiu um terceiro mandato ao Senado, mas estaria disposto a enfrentar as urnas no próximo ano como candidato a deputado federal. Há quem aposte que dificilmente deixaria de conseguir seu objetivo.
Os “velhinhos” estão de volta à política. Os jovens políticos que se cuidem.