
Publicada em 14/04/2025 às 11h42
Porto Velho, RO – O Procurador-Geral de Justiça de Rondônia, Alexandre Jesus de Queiroz Santiago, concedeu entrevista ao podcast Resenha Política, apresentado pelo jornalista e analista político Robson Oliveira. Durante o encontro, Santiago abordou temas sensíveis e institucionais, relatando experiências marcantes da carreira e compartilhando sua visão sobre a condução do Ministério Público do Estado (MPRO).
Ao relembrar passagens de sua atuação no Judiciário, o procurador citou dois casos de feminicídio que o impactaram de forma significativa. Em um deles, segundo ele, o julgamento ultrapassou 24 horas de duração e envolveu discussões intensas sobre a motivação do crime. “Ele matou porque foi traído ou ele matou por uma questão patrimonial?”, indagou Santiago, explicando que a análise das provas apontava para um crime premeditado, com envolvimento de terceiros. “Ele contratou pessoas para participar desse homicídio”, completou.
Santiago também mencionou os elementos que embasaram sua convicção, destacando “filmagens” e “depoimentos fortes de familiares”, o que o levou à conclusão de que o assassinato não foi motivado por impulso ou ciúmes. “Na minha conclusão, ficou muito claro que, na verdade, não se tratou de um assassinato pela questão passional”, afirmou.
Durante outro trecho do bate-papo, o chefe do MPRO refletiu sobre o papel institucional que exerce. “Eu gosto muito de dizer o seguinte: é colocar as importâncias nos seus devidos lugares e as desimportâncias nos seus lugares”, comentou, ao falar sobre a maturidade necessária na condução de funções públicas com liderança.
Ele comparou a atuação do procurador-geral à necessidade de enxergar "a floresta de cima", referindo-se à visão ampla e estratégica diante de crises ou episódios pontuais. “Às vezes, um determinado episódio é uma crise passageira que a gente não pode superdimensionar”, pontuou.
Para Santiago, é fundamental que a atuação de um representante institucional seja pautada pela serenidade e pela perspectiva de continuidade. “As instituições vão ficar: Ministério Público, Poder Judiciário, Tribunal de Contas. As pessoas passam. Quando você passa a se representar uma instituição, eu acho que deve haver sentimento”, disse.
A entrevista completa com o procurador-geral de Justiça de Rondônia, Alexandre Santiago, vai ao ar nesta terça-feira, 15 de abril, no canal oficial do Resenha Política no YouTube. A transmissão será feita exclusivamente pelo portal Rondônia Dinâmica.