Publicada em 22/05/2025 às 10h31
O ministro da Saúde da Autoridade Nacional Palestina afirmou nesta quinta-feira (22) que 29 crianças morreram de fome na Faixa de Gaza nos últimos dias por conta da falta de alimentos.
"Nos últimos dias, perdemos 29 crianças", disse o ministro Majed Abu Ramadan, acrescentando que as mortes são "relacionadas à fome". Outras "milhares de outras (crianças) estão em risco de vida por conta da falta de alimentos", segundo Ramadan.
Em meio a uma crise humanitária causada pela guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, os palestinos já temem mais a fome do que as bombas israelenses que caem em Gaza. O ONU registrou nesta semana crianças na Cidade de Gaza, no norte do território, esperando por horas em longas filas para conseguir comida.
Israel bloqueou totalmente a entrada de ajuda humanitária em Gaza há 11 semanas, e disse ter liberado envio de alimentos aos palestinos nesta semana, mas ONU e ONGs que atuam no território afirmam que os suprimentos que entraram até o momento são insuficientes.
Essa crise humanitária em Gaza se agravou nas últimas semanas e causou preocupação na comunidade internacional e pressão dos países para que Israel acelere o ritmo da entrada de suprimentos. Na terça-feira (20), a ONU afirmou à BBC que 14 mil bebês poderiam morrer em 48 horas se o território não recebesse ajuda imediatamente.
Questionado sobre comentários anteriores do chefe de ajuda humanitária da ONU à BBC de que 14.000 bebês poderiam morrer sem ajuda, ele disse: "O número 14 mil é muito realista e pode até estar subestimado".
Desde o início de março, Israel vem promovendo bloqueios à entrada de ajuda humanitária. Após mais de dois meses, o primeiro comboio com caminhões transportando alimentos e remédios foi autorizado a entrar em Gaza na segunda-feira (19), mas com quantidade reduzida de suprimentos.
Plano de ajuda humanitária
Na quarta-feira (21), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quarta-feira (21) um plano para a entrega de ajuda humanitária em Gaza. Durante um pronunciamento, o premiê afirmou que as forças israelenses tomarão o controle do território palestino e disse ter rejeitado pressões internacionais para interromper a guerra.
Netanyahu afirmou ainda que, desde o início da guerra, Israel defende que é necessário evitar uma crise humanitária em Gaza. Por outro lado, o premiê acusou o Hamas de saquear caminhões de ajuda e vender alimentos com preços inflacionados para financiar o terrorismo.


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