Publicada em 29/05/2025 às 15h29
A prisão do funkeiro MC Poze do Rodo, de 26 anos, nesta quinta-feira (29), repercutiu fortemente entre artistas do gênero, especialmente no Rio de Janeiro. Um dos primeiros a se manifestar foi o cantor Oruam, que usou suas redes sociais para criticar a ação das autoridades e denunciar o que chamou de criminalização da juventude negra e favelada. Com informações do site Rádio Itatiaia.
“Prenderam o Poze e a pergunta que não quer calar é: acabou o crime?”, escreveu Oruam. Para ele, o Estado busca culpados simbólicos para acalmar a opinião pública. “O Estado está perdendo e, para saciar o povo, a sociedade, com algum tipo de resposta, ele vai e criminaliza o pobre, preto, favelado. É o que estão fazendo com o Poze.”
Em tom de protesto, o rapper alertou para o risco de perseguição seletiva: “Hoje prenderam o Poze. Amanhã vão prender o Oruam. Isso não vai parar, tropa. Para tirar a culpa deles, eles vão ter que achar um culpado. Vão colocar em nós.” Ele concluiu: “Se tirar o Poze, o Oruam, o crime ainda vai ter”.
Nos stories do Instagram, o artista reafirmou o apoio ao colega: “Poze é referência para mim. Se eu não vier aqui falar, vou estar sendo covarde”.
Oruam também criticou o que chamou de narrativa covarde por parte do poder público. Segundo ele, os shows de funk acontecem às vistas dos batalhões de polícia e são amplamente divulgados. “Todos sabem onde os bandidos estão. O Estado está perdendo a guerra e, como sempre, sobra para os pobres”, escreveu. “O governo sendo governo. Não passam de uma máquina covarde de moer pobres. Por que não prendem outros artistas de outros gêneros musicais? Ou somente o funk gera dinheiro na favela?”
imprimir
