Publicada em 23/05/2025 às 10h15
O chanceler russo, Sergey Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (23) que a Rússia segue elaborando uma proposta de cessar-fogo para a guerra na Ucrânia e que o documento está em estágio "avançado".
A proposta de trégua, combinada entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Doandl Trump, durante ligação telefônica na segunda-feira (19), faz parte das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia que começaram na semana passada.
Pelo combinado, o texto deveria ser construído conjuntamente entre russos e ucranianos. Lavrov não informou se há colaboração de Kiev, mas disse que entregará o documento ao governo ucraniano.
O chanceler russo, no entanto, descartou o Vaticano como sede das próximas rodadas de negociações diretas entre russos e ucranianos — também na segunda-feira, Trump disse que o papa Leão XIV ofereceu que a Santa Sé sedie as conversas entre Moscou e Kiev.
Segundo ele, adotar um local católico não contemplaria países de viés cristão ortodoxo, caso da Rússia, e por isso não seria uma "solução elegante".
"Não seria muito elegante que países ortodoxos discutissem em território católico temas relacionadas a eliminar as causas fundamentais (do conflito)", disse Lavrov, que também considerou que "para o próprio Vaticano não seria muito cômodo, nas atuais circunstâncias, receber delegações de países ortodoxos", acrescentou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira (22) a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com a Ucrânia, a primeira desde o início da guerra. Leia mais detalhes abaixo.
Zona-tampão na guerra
A zona-tampão, anunciada por Putin na quinta-feira, será a primeira zona desmilitarizada na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia desde o início da guerra entre os dois países, há mais de três anos.
"Foi tomada a decisão de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. As Forças Armadas russas estão atualmente abordando essa questão", disse Putin, segundo a Tass.
Uma zona-tampão é uma área estabelecida normalmente por dois países em guerra na fronteira ou em regiões de combate para ficar desmilitarizada. Em geral, tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) passam a controlar a área para garantir que não haverá ataques nela.
No ano passado, a Ucrânia chegou a dizer que pretendia criar uma "zona tampão" na região fronteiriça, mas não avançou na questão. Kiev ainda não havia se manifestado sobre o anúncio da Rússia desta quinta até a última atualização desta reportagem.
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