Publicada em 24/06/2025 às 08h27
Porto Velho, RO – Durante entrevista ao programa Sic News, o governador de Rondônia, Marcos Rocha (UB), comentou pela primeira vez a crise pública com o vice-governador Sérgio Gonçalves (PL), após o pedido de exoneração do novo chefe da Casa Civil, Elias Rezende. Rocha classificou a iniciativa como um “tremendo vacilo” e afirmou que ficou sabendo dos detalhes apenas após retornar de viagem a Israel. “Hoje, eu fui entendendo mais ou menos o que aconteceu. Eu acho que foi um tremendo vacilo, porque quem escolhe os secretários é o governador”, disse.
O governador também reagiu à pergunta do jornalista Everton Leoni sobre uma possível frustração com o comportamento do vice. Rocha afirmou que sua escolha por Sérgio como companheiro de chapa foi uma decisão isolada, tomada “contra todos”. Segundo ele, nem mesmo o irmão de Sérgio, o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, teria apoiado a indicação. “Não, ninguém era a favor. Você sabe disso. Ninguém era a favor, nem o próprio irmão. Eu escolhi e briguei com todo mundo para manter o Sérgio”, revelou.
O episódio que causou o atrito foi o pedido público feito por Sérgio Gonçalves para que o governador exonerasse Elias Rezende da Casa Civil, medida que Rocha interpretou como um gesto impulsivo e equivocado. “Foi absurdo o posicionamento dele, a forma como ele agiu. Mas eu acho que deve ter sido em um momento de fraqueza”, ponderou, sinalizando que ainda pretende conversar com o vice para compreender melhor os motivos.
Questionado sobre a nota oficial emitida por Elias em resposta à crise, Marcos Rocha elogiou o conteúdo e disse que o atual secretário foi “coerente” ao se posicionar. “A gente tem que trabalhar junto. Eu não vou brigar com outro secretário de Estado. Os dois são secretários. A gente tem que defender o governo e trabalhar seguindo as orientações do governador”, destacou.
Ao final, o governador voltou a ressaltar que sua equipe é escolhida sem interferência partidária. “Foi o Marcos Rocha que escolheu. Secretários todos sabem disso. Ele sabe disso. Ele mesmo já testemunhou isso.”
Trecho da entrevista – Marcos Rocha fala sobre a crise com o vice e a escolha isolada de Sérgio Gonçalves
Everton Leoni:
Governador, tem aqui uma pergunta do professor Herbert Lins — o senhor conhece bem, ele sempre manda uma casquinha de banana. Primeiro, ele pergunta se o senhor será candidato ao Senado. O senhor já respondeu que é pré-candidato.
Mas ele quer saber: deixando ou não o governo, quem será o seu candidato a governador em 2026?
Marcos Rocha:
Isso a gente tem que esperar pra saber, né? Preciso analisar tudo o que está acontecendo agora, pra decidir, de fato, como vou proceder.
Everton Leoni:
Eu imaginei que o senhor fosse dizer que seria o Sérgio Gonçalves...
Marcos Rocha:
Vamos esperar pra ver.
Everton Leoni:
O senhor ficou triste com a posição dele? Eu já falei isso no rádio, na televisão, então posso falar aqui também.
O vice-governador pediu publicamente a cabeça do seu chefe da Casa Civil. Isso poderia ter sido tratado a portas fechadas, com uma conversa. O senhor poderia aceitar ou não, e a vida seguiria. Mas, do jeito que foi, acabou revelando uma fratura no governo?
Marcos Rocha:
Na verdade, só parei pra me preocupar com isso hoje. Eu cheguei de Israel e priorizei minha família.
A Luana — como sempre falo — é uma mulher forte, coesa, minha amiga, além de ser minha esposa e mãe dos meus filhos. Então, dei atenção a eles.
Marcos Rocha (continua):
Hoje, comecei a entender melhor o que aconteceu. Acho que foi um tremendo vacilo, porque quem escolhe os secretários é o governador.
Assim como escolhi o Sérgio, escolhi a Bia e os demais secretários.
Everton Leoni:
Foi um vacilo?
Marcos Rocha:
Foi absurdo o posicionamento dele. Mas acredito que tenha sido num momento de fraqueza. Quero conversar com ele pra entender o que passou pela cabeça dele, quais foram as influências que o levaram a fazer aquilo.
Marcos Rocha (prossegue):
Eu escolhi o Sérgio como vice-governador contra todos. Contra todos mesmo. Eu escolhi por confiar.
Everton Leoni:
Como assim, contra todos? O irmão dele era a favor, pelo menos.
Marcos Rocha:
Não. Ninguém era a favor. Você sabe disso. Nem o próprio irmão. Eu briguei com todo mundo pra manter o Sérgio.
Fui eu quem escolheu. Ele sabe disso. Ele mesmo já reconheceu isso.
Everton Leoni:
Mas ele é um bom moço. No fim, talvez dê certo.
Marcos Rocha:
É só conversar. Olho no olho. O que quero deixar claro é que foi uma escolha minha.
Não teve indicação de partido, nada. Foi o Marcos Rocha que escolheu. Todos os secretários sabem disso. Ele também sabe. Já testemunhou isso.
Everton Leoni:
Está na nota oficial do Elias Redenes, o atual chefe da Casa Civil. Ele relata isso.
Marcos Rocha:
Vi a nota hoje. Achei bastante coerente. Temos que trabalhar juntos.
Não vou brigar com outro secretário de Estado. Os dois são secretários. Temos que defender o governo e seguir as orientações do governador.
Everton Leoni:
E a pressão sobre o antigo chefe da Casa Civil foi grande. Sei que muitas vezes pediram a cabeça dele, e o senhor manteve.
Marcos Rocha:
Mantive. A polícia foi até a casa dele. Teve toda aquela confusão. Mas eu disse: “Acredito em você. Acredito que você é um homem sério.” E mantive.
Everton Leoni:
Vamos ter que fazer um programa especial com o senhor só sobre gratidão. Dá pra falar bastante sobre isso. Vamos pro intervalo?
CONFIRA:



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