Publicada em 26/07/2025 às 10h55
PORTO VELHO (RO) - A partir de sexta-feira (1º), a mistura de etanol na gasolina (comum e aditivada) será de 30% e não de 27%, como é atualmente. Isso significa que os veículos movidos somente a gasolina, que não foram construídos para rodar com etanol, certamente terão problemas. Já os que rodam com biocombustíveis, nem tanto, porque foram preparados para a mistura.
A situação será a mesma para as motocicletas.
Estamos a poucos dias da mudança, e a maior parte dos proprietários de veículos automotores não está sendo comunicada com a devida antecedência, pelo governo, sobre a alteração na composição da gasolina, que terá mais 3% de etanol. Outra situação: certamente teremos majoração no preço do litro.
O preço dos combustíveis em Porto Velho é cartelizado, e isso fica caracterizado nas dezenas de postos existentes na capital de Rondônia. A gasolina e o diesel chegam da destilaria de Manaus e o etanol, do Mato Grosso. Os produtos da capital do Amazonas são transportados pelo Rio Madeira, ou seja, um transporte de custo menor, apesar de mais demorado. Mas, em todas as ocasiões em que os preços são alterados devido à situação do petróleo no mundo, o etanol também é reajustado, mesmo sendo um produto nacional. Por quê?
Em Rondônia, é possível comprar gasolina e diesel a preços inferiores aos de Porto Velho, mesmo com os produtos sendo transportados do porto da capital para o interior via terrestre, com utilização de caminhões-tanque. Os veículos se deslocam vazios do interior para a capital e voltam carregados, mas, mesmo assim, os revendedores conseguem vender o diesel e a gasolina a preços inferiores aos de Porto Velho. Por quê?
Vereadores de Porto Velho (da legislatura anterior, não a que assumiu em janeiro deste ano) criaram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), mas sem nenhum resultado prático. Como sempre ocorre nessas ocasiões, ficou o dito pelo não dito. Terminou em pizza, e o povo não foi convidado para o banquete. Os combustíveis continuam sendo vendidos a preços extorsivos, e a população continua sendo explorada com valores elevados e diferença de centavos.
Cartelização é crime, mas, para os revendedores de combustíveis de Porto Velho, a prática do ilícito contra a população é normal, pois os vereadores, considerados “representantes do povo”, não tomam as devidas providências, o que não seria nenhum favor, mas obrigação.
O Programa de Orientação, Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-RO) existe, mas não se sabe para que serve. A cartelização no preço dos combustíveis em Porto Velho é explícita: basta percorrer alguns postos e conferir os preços.
Até quando os proprietários de veículos automotores, inclusive motocicletas, ficarão reféns de pessoas que não exercem a função de comerciantes, mas sim de usurpadores da economia popular?
E os vereadores, foram eleitos para quê?



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