Publicada em 18/07/2025 às 10h11
Dois dias depois de uma trégua no conflito que forças da Síria travaram com os drusos, minoria aliada de Israel, forças israelenses limitaram nesta sexta-feira (18) o acesso de soldados sírios à cidade na Síria onde houve o combate.
"Em vista da instabilidade contínua no sudoeste da Síria, Israel concordou em permitir a entrada limitada das forças de segurança interna (sírias) no distrito de Sweida pelas próximas 48 horas", disse a autoridade, que não quis ser identificada, a repórteres.
O governo da Síria anunciou nesta quinta-feira (17) a retirada das tropas da cidade de Sweida, no sul do país, onde soldados vinham lutando contra drusos, minoria étnica drusa protegida por Israel.
O combate, que durou quatro dias, deixou mais de 500 mortos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. E abriu uma nova frente de conflito no Oriente Médio e estremeceu ainda mais as tensões entre Israel e o novo governo da Síria, que ensaiavam uma normalização das relações.
As forças israelenses intervieram no conflito e bombardearam alvos do Exército sírio em Sweida e até instalações do governo na capital Damasco.
O Exército sírio já se retirou de toda a província, afirmaram o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e testemunhas de agências de notícias.
A retirada ocorreu após um acordo de cessar-fogo entre na quarta-feira. O presidente recém-empossado da Síria, Ahmed al Sharaa, anunciou durante a madrugada que delegaria a segurança em Sweida para "facções locais" drusas, mas sem dar mais detalhes.
"As autoridades sírias retiraram suas forças militares da cidade de Sweida e de toda a província. Os combatentes drusos foram mobilizados", declarou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. O Exército sírio completou a retirada durante a madrugada, no horário local.
A retirada coloca panos quentes sobre uma nova frente de conflito envolvendo Israel no Oriente Médio. As Forças Armadas israelenses atacaram a capital Damasco na quarta-feira, e atingiram o Ministério da Defesa, o quartel-general e as redondezas do Palácio Presidencial, após dias de combates em Sweida entre o Exército sírio e os drusos, minoria étnica que vive em regiões tanto de Israel quanto da Síria.
A região de Sweida, no sul do país e próxima às Colinas de Golã, foi palco de confrontos entre drusos, beduínos e forças de segurança governamentais, que deixaram mais de 370 mortos desde domingo, segundo a OSDH. Após a retirada do Exército sírio, um fotógrafo da AFP contou 15 corpos espalhados pelas ruas da cidade, e alguns deles estavam inchados. Leia mais abaixo sobre os drusos e sobre os combates em Sweida.
Israel já havia atacado o país vizinho depois que o regime do ex-ditador Bashar Al-Assad caiu na Síria, no fim do ano passado, alvejando lideranças de grupos jihadistas. Mas esta foi a primeira vez em que o Exército israelense afirmou estar atacando em defesa de uma causa alheia.



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