Publicada em 21/07/2025 às 10h01
Tanques israelenses avançaram pela primeira vez nesta segunda-feira (21) sobre Deir al-Balah, na parte central da Faixa de Gaza, em uma nova operação terrestre e aérea contra o Hamas. Israel acredita que alguns dos reféns do grupo terrorista possam estar sendo mantidos na cidade.
"As Forças de Defesa estão trabalhando com grande vigor para destruir as capacidades inimigas e a infraestrutura terrorista na área, expandindo suas atividades em uma área onde nunca operaram antes", disse o porta-voz o Exército israelense Avichay Adraee em publicação no X.
Deir al-Balah é uma das poucas áreas de Gaza onde Israel ainda não havia conduzido uma operação terrestre em larga escala nos 21 meses de guerra contra o Hamas. Por conta disso, dezenas de milhares de palestinos deslocados pelo conflito se refugiam na cidade, junto com os moradores locais.
Os ataques ocorrem um dia após o Exército israelense ter emitido ordens de evacuação em algumas regiões do sul e leste de Deir al-Balah, alegando ser necessário combater o Hamas na cidade. Três palestinos foram mortos e vários ficaram feridos em tiros de tanques que atingiram oito casas e três mesquitas em Deir al-Balah, segundo médicos em Gaza.
A operação forçou a fuga de dezenas de famílias que se refugiavam na cidade em direção à área costeira da região e à cidade vizinha Khan Younis. Com a nova ordem de evacuação, na atual fase do conflito de maior pressão israelense sobre Gaza, quase 90% do território palestino está sob ordens de evacuação ou foi transformado em zona militarizada.
Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), o novo avanço terrestre israelense afeta entre 50 mil e 80 mil pessoas que agora deverão deixar Deir al-Balah. A investida israelense em Deir al-Balah "deixa os 2,1 milhões de civis espremidos em uma área fragmentada de 12% de Gaza, onde os serviços essenciais entraram em colapso", afirmou a OCHA.
Fontes israelenses afirmaram à agência de notícias Reuters que o motivo pelo qual o Exército havia evitado a área até o momento era a suspeita de que o Hamas estivesse mantendo reféns ali. Acredita-se que pelo menos 20 dos 50 reféns ainda mantidos em cativeiro em Gaza estejam vivos. O grupo terrorista já ameaçou executar reféns caso Israel chegasse perto de locais de cativeiro ou se tentasse resgatá-los em operações militares.
Familiares dos reféns israelenses que ainda estão em Gaza expressaram preocupação com a segurança de seus entes queridos e exigiram explicações do Exército sobre como eles serão protegidos.
Em Khan Younis, ainda na manhã de segunda-feira, um ataque aéreo israelense matou pelo menos cinco pessoas, incluindo um homem, sua esposa e seus dois filhos, que estavam em uma tenda, segundo médicos.
Israel não se pronunciou de forma oficial sobre os ataques em Deir al-Balah e Khan Younis.
O Exército israelense declarou que não havia entrado nos distritos de Deir al-Balah nos quais emitiu ordens de evacuação e que continuava “a operar com grande força para destruir as capacidades do inimigo e a infraestrutura terrorista na região.”



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