Publicada em 13/08/2025 às 09h51
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversa na manhã desta quarta-feira (13) com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e outros líderes europeus por videoconferência para discutir a guerra na Ucrânia.
A conversa entre os líderes ocorre dois dias antes do encontro de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. Na ocasião, Trump e Putin se reunirão a sós, e o presidente norte-americano afirmou que pressionará o líder russo pelo fim da guerra na Ucrânia, que já dura três anos e meio.
O gabinete do presidente da França, Emmanuel Macron, confirmou o início da videoconferência pouco após as 10h, no horário de Brasília. Zelensky viajou nesta quarta para Berlim, capital da Alemanha, para a conversa. O chanceler alemão, Friedrich Merz e outros líderes europeus, como o chefe da Otan, Mark Rutte, também participam.
Após a ligação com Trump, Zelensky e Merz farão um pronunciamento conjunto às 11h no horário de Brasília.
Com a ligação, Zelensky e seus aliados europeus tentam argumentar com Trump a importância de assegurar uma posição mais favorável possível pró-Europa nas negociações. Eles temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, uma proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais. Trump mencionou uma possível "troca de territórios", mas sem dar mais detalhes.
O líder ucraniano e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial.
"Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão. (...) Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele", disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira.
Zelensky reafirmou que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas. Ele rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas.
Nesta quarta-feira, a Rússia jogou um balde de água fria na ideia de troca de territórios. Um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a posição do país não mudou e que não negociará concessões sobre as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, que suas tropas controlam e a Rússia declarou como suas.
Presidente da Ucrânia rejeita proposta de Trump de ceder territórios à Rússia
Troca de territórios
Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria "alguma troca de territórios para o bem de ambos" a Rússia e a Ucrânia.
Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um "melhor entendimento" de como encerrar a guerra.
"Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra", disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres.
Trump está aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky posteriormente, disse Leavitt.
Cúpula no Alasca
Trump anuncia encontro com Putin no Alasca, em 15 de agosto
A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, deixou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e grande destruição.
Putin tem resistido aos múltiplos apelos dos Estados Unidos, da Europa e da Ucrânia para declarar um cessar-fogo.
A cúpula no Alasca, território que a Rússia vendeu aos Estados Unidos em 1867, será a primeira entre os presidentes em exercício dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se reuniu com Putin em Genebra, em junho de 2021.



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