Publicada em 27/08/2025 às 15h56
Todos os membros do Conselho de Segurança da ONU, exceto os Estados Unidos, afirmaram nesta quarta-feira (27) que a fome em Gaza é uma "crise provocada pelo homem" e pediram que Israel suspenda as restrições de entrega de ajuda humanitária e negocie um cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas.
Ramiz Alakbarov, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, afirmou na reunião desta quarta que o horror o território palestino "continua a se deteriorar a níveis nunca vistos na história recente". Ele condenou a ofensiva israelense que avança pela capital da Faixa de Gaza:
"Inimaginavelmente, a população de Gaza está agora enfrentando outra escalada mortal. Para uma população que já luta para sobreviver, os palestinos em Gaza estão vendo seus piores medos se tornarem realidade diante de seus olhos. A expansão das operações militares na Cidade de Gaza terá consequências catastróficas, incluindo o deslocamento de centenas de milhares".
No dia 18, o grupo terrorista Hamas aceitou a proposta de cessar-fogo na guerra com Israel apresentada pelos mediadores do Egito e do Catar. No entanto, até o momento, Israel ainda não deu resposta e segue seus ataques na Faixa de Gaza.
Ofensiva de Israel continua
Um porta-voz do Exército de Israel afirmou nesta quarta-feira (27) que a evacuação da Cidade de Gaza, a mais populosa do território palestino, é "inevitável", enquanto tanques avançaram mais sobre a cidade, segundo a agência de notícias Reuters.
"A evacuação da Cidade de Gaza é inevitável, e, portanto, cada família que se mudar para o sul receberá a maior assistência humanitária possível, que está sendo organizada nestes dias. O Exército de Defesa começou a introduzir tendas, preparar áreas para a criação de complexos de distribuição de ajuda humanitária, instalar rede de água, entre outros", afirmou o porta-voz Avichay Adraee em comunicado.
A ONU afirma que o deslocamento forçado em massa de palestinos, como o que pode ocorrer na Cidade de Gaza, pode configurar um crime de guerra. Milhares de palestinos já fugiram da cidade, mas líderes religiosos disseram nesta quarta-feira que permaneceriam no local, pois deixar Gaza e tentar fugir para o sul seria “nada menos que uma sentença de morte”.
Na madrugada desta quarta, tanques israelenses entraram no bairro Ebad-Alrahman, uma nova região da periferia da Cidade de Gaza, e bombardearam casas, o que deixou feridos e causou a fuga de moradores do local, afirmaram testemunhas à Reuters. Moradores do bairro de Zeitoun relataram à agência AFP bombardeios noturnos intensos de aviões e drones.
Israel busca tomar a Cidade de Gaza como próximo grande passo na guerra contra o grupo terrorista Hamas —posteriormente, o objetivo é controlar todo o território palestino, segundo o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Exército israelense disse na semana passada que já iniciou os "primeiros estágios" da tomada da cidade. (Leia mais abaixo)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará uma reunião nesta quarta com membros de seu governo para discutir um plano "muito abrangente, robusto e bem-intencionado" para o pós-guerra em Gaza, segundo o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Ele disse à TV americana Fox News que os EUA esperam que o conflito entre Israel e Hamas termine até o final do ano.



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