Publicada em 08/09/2025 às 07h44
Porto Velho, RO – A tensão entre o senador Jaime Bagattoli (PL) e o ex-governador Ivo Cassol (PP) ganhou novo capítulo após a aprovação do PLP 192/2023, que altera a Lei da Ficha Limpa. Em entrevista concedida no dia 4, Cassol acusou o senador de ser “falso moralista” e “covarde”. Em resposta, Bagattoli divulgou um pronunciamento nas redes sociais, no qual rebateu as críticas e acusou o ex-mandatário de Rondônia de mentir e agir com ressentimento.
Bagattoli afirmou que seu voto contra o projeto não teve motivação pessoal, mas foi uma decisão de princípio. “Eu esclareci que o caso deles era um caso atípico, mas que eu não iria votar devido às pessoas que iam votar a política e cometeram corrupção nesse país”, disse, referindo-se a Cassol e ao ex-senador Acir Gurgacz.
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Cassol chama Bagattoli de “falso moralista” e “covarde” em primeira entrevista após aprovação de mudanças na Ficha Limpa
Ao citar diretamente o ex-governador, o senador usou palavras duras: “Cassol, você foi muito infeliz nas suas palavras. Eu quero que você entenda que o senador Jaime Bagattoli não é um falso moralista. Você é um covarde, é mentira o que você falou. Dizer que eu sou falso moralista… eu jamais chamaria você disso. Isso que você fez comigo é coisa de covarde.”
Bagattoli também negou que sua eleição tenha sido viabilizada por Cassol. “Você não me ajudou em nada, em nada, absolutamente nada. Quem fez a minha ficha, que me colocou dentro do PL, foi o Popó, aqui de Cacoal, e foi o Ademarzinho. Eu sou senador, não é por causa de você não, Ivo Cassol”, declarou.
O senador destacou ainda sua ligação política com o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu queria tanto esse homem na presidência que eu trocaria o meu mandato para ele ser presidente da República. Eu sou senador, tenho uma admiração e uma gratidão pelo nosso ex e eterno presidente Jair Messias Bolsonaro”, ressaltou.
Na sequência, Bagattoli relembrou uma conversa com Cassol, em que teria sido desestimulado a disputar o Senado. “Você mesmo falou pra mim, lá dentro do seu escritório em Rolim de Moura, que eu não tinha voto pra ser senador. [...] A dor de cotovelo que você tem é porque eu ganhei da sua irmã, inclusive na sua cidade.”
O parlamentar também confrontou a suposta ideia narrativa de que Cassol teria sido o único responsável pela construção de Rondônia. “Quando você fala que você fez o Estado de Rondônia, que só você governou, quem fez o Estado foram esses pioneiros que vieram para cá. Foram os rondonienses, foram os que construíram a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, foram os milhares que morreram de malária. Essas pessoas sim fizeram Rondônia.”
Ao tratar de sua atuação no Senado, Bagattoli disse já ter destinado aproximadamente R$ 130 milhões em emendas aos 52 municípios rondonienses. “Isso não é mérito do senador Jaime Bagattoli, não. É direito do povo do Estado de Rondônia, em saúde, educação, infraestrutura e segurança”, frisou.
Ele também voltou suas críticas ao Supremo Tribunal Federal, pedindo a saída de um dos ministros. “Eu não tenho medo de Alexandre de Moraes, de nenhum ministro do Supremo. O Alexandre de Moraes precisa ser impeachmado”, declarou, lembrando que já participou de bloqueio de pautas na Casa. “Se amanhã eu for preso ou tirado do Senado, eu vou pra casa e vou trabalhar. Eu não vou daí votar pra política.”
Encerrando o discurso, o senador direcionou-se ao eleitorado, pedindo atenção nas próximas eleições. “Quando vocês forem à urna, analisem, pesquisem, vejam quem são os candidatos. Não votem em pessoas que estejam envolvidas com corrupção. Coloque senadores que não têm um problema em Brasília, senão vai continuar da mesma maneira que estamos hoje”, disse.



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