Publicada em 29/09/2025 às 10h09
Porto Velho, RO – Durante sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) confrontou o parlamentar rondoniense Coronel Chrisóstomo (PL-RO) em discussão sobre a situação dos presos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O embate girou em torno da rejeição, pela maioria dos integrantes da comissão, de um projeto apresentado por Salabert que tratava da melhoria da alimentação oferecida no sistema prisional.
Logo no início da fala, Chrisóstomo fez referência aos detidos, ao afirmar: “Respeitar um ser humano que está preso, presa, e que vocês não têm esse olhar.” Em resposta, Duda Salabert destacou que também espera atenção às condições dessas pessoas. “Eu gostaria que vocês defendessem também essas pessoas”, afirmou.
A deputada mineira lembrou que apresentou um projeto de lei voltado para a qualidade da alimentação nos presídios, motivado por denúncias de irregularidades. “Eu apresentei um projeto para melhorar a qualidade da comida civil dos presídios, porque há várias denúncias de comida podre, azeda, com barata, que viola direitos humanos”, declarou. Segundo ela, a proposta foi submetida à análise da Comissão de Segurança Pública, mas acabou rejeitada. “Esse projeto foi votado na Comissão de Segurança Pública e foi rejeitado por 99% dos deputados”, disse.
No mesmo tom, Duda reiterou que a medida também beneficiaria os detidos dos atos de 8 de janeiro. “Eu acho importante que os presos de 8 de janeiro comam de forma saudável, minimamente respeitando os direitos humanos, mas infelizmente seus colegas do partido PL votaram o contrário, porque eles querem que os presos de 8 de janeiro comam comida azeda, com pata de barata”, afirmou, dirigindo-se diretamente ao parlamentar de Rondônia.
Ela solicitou apoio para reverter a decisão na comissão. “Então tente sensibilizar seus deputados para rever esse projeto meu para que ele seja aprovado, porque o Brasil está sofrendo sanções internacionais, porque há contos firmados de que a comida é o mínimo que a gente pode garantir para resocializar essas pessoas do 8 de janeiro que cometeram um atentado contra a democracia brasileira”, completou.
Após a sessão, Duda Salabert reforçou o tema em publicação em suas redes sociais. No texto, ela destacou que a proposta de lei prevê refeições dignas nos presídios, respeitando restrições de saúde, culturais e religiosas, além de estimular a produção agroecológica dentro do sistema prisional, com impacto ambiental reduzido e oferta de trabalho. “Hoje, a fome e a comida estragada fazem parte da realidade de milhares de pessoas privadas de liberdade — o que fere a dignidade humana e até a saúde dos servidores que trabalham no sistema prisional”, escreveu. A deputada acrescentou ainda: “Ninguém deve ter a fome como pena. Justiça também é garantir direitos básicos.”



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