Publicada em 19/09/2025 às 15h34
A Estônia, país que integra a Otan e a União Europeia, acusou a Rússia de invadir seu espaço aéreo com 3 jatos de combate nesta sexta-feira (19), em um episódio que chamou "de uma brutalidade sem precedentes" e "uma incursão descarada".
Segundo o governo estoniano, "três caças MiG-31 da Federação Russa entraram no espaço aéreo da Estônia sem permissão e nele permaneceram por um total de 12 minutos".
A violação, ainda de acordo com o governo local, ocorreu sobre o Golfo da Finlândia — as capitais da Estônia e da Finlândia, Talin e Helsinque, respectivamente, são banhadas pelo golfo.
A Otan disse ter interceptado os aviões russos, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a UE responderá a cada provocação russa e a pressão sobre a Rússia "aumentará na mesma medida que as provocações".
"A Otan respondeu imediatamente e interceptou as aeronaves. Este é outro exemplo do comportamento imprudente da Rússia e da capacidade de resposta da Otan", disse um porta-voz da aliança militar do Ocidente.
A Estônia repudiou o episódio e invocou o diplomata russo de maior escalão no país. “A Rússia já violou o espaço aéreo da Estônia quatro vezes neste ano, o que por si só é inaceitável. Mas a incursão de hoje, envolvendo três caças entrando em nosso espaço aéreo, é de uma ousadia sem precedentes”, afirmou o ministro das Relações Exteriores estoniano, Margus Tsahkna.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu uma reação do Ocidente ao episódio.
A Rússia ainda não havia se manifestado sobre a acusação até a última atualização desta reportagem.
Este é o terceiro incidente do tipo envolvendo a Rússia e um país membro da Otan em menos de 10 dias.
No primeiro deles, drones de ataque russos invadirem o espaço aéreo da Polônia, em um dos episódios mais tensos da já conturbada relação entre a Rússia e a Otan, o que levou a uma escalada de tensões sem precedentes na região. Depois da Polônia, a Romênia também acusou a Rússia de ter violado seu espaço aéreo durante um ataque de drones à Ucrânia.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prevê uso da força no caso de invasão a países membros. No entanto, esse uso da força não é imediato, e líderes ainda decidirão que resposta darão à Rússia.
Os países da Otan consideraram o incidente de drones na Polônia como uma provocação russa, e se reuniram para discutir o que fazer em resposta após o governo polonês ter invocado o Artigo 4 do tratado da aliança militar. Após encontro emergencial, a Otan decidiu enviar mais equipamentos militares e soldados para seu flanco oriental, principalmente à Polônia e à Lituânia.
A Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança da Comissão Europeia, Kaja Kallas, disse que a invasão do espaço aéreo estoniano por caças de combate russos foi uma "provocação extremamente perigosa" e que escala ainda mais as tensões na região.
Kallas também prometeu apoiar a segurança dos países membros da União Europeia e acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de estar "testando a determinação do Ocidente". Autoridades europeias afirmam desde a semana passada que a Rússia está testando os limites e a capacidade de resposta da UE. Essas mesmas autoridades ainda buscam determinar se o lançamento de drones à Polônia pela Rússia foi intencional.



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