G1
Publicada em 08/04/2021 às 10h19
A Índia registrou nesta quinta-feira (8) um novo recorde de novos casos confirmados (126.789), o terceiro em apenas quatro dias, e agora se aproxima dos 13 milhões de infectados em meio a problemas na vacinação.
O país sofre uma segunda onda de contágios com muitos infectados e poucas mortes. Foram 685 óbitos nas últimas 24 horas, o maior número desde novembro.
A Índia é o segundo país mais populoso do mundo (1,3 bilhão de habitantes), e o terceiro em número de casos (12,9 milhões) e o quarto em mortes (166 mil), segundo a universidade Johns Hopkins.
O recrudescimento da pandemia ocorre em meio a uma vacinação contra a Covid-19 ainda lenta (veja mais abaixo) e à proliferação de novas variantes, com o governo se recusando a impor um segundo lockdown nacional e diversas cidades impondo toques de recolher noturnos.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi se recusa a adotar um lockdown nacional, depois que o primeiro, ano passado, teve um forte impacto econômico. Mas Modi pediu aos estados que decidissem sobre a imposição de restrições locais para conter a disseminação do vírus.
O estado de Maharashtra, cuja capital é Mumbai (o centro financeiro da Índia), é o mais atingido e tem sido responsável por metade das novas infecções. O governo local anunciou no domingo (4) diversas restrições, como o fechamento do comércio e a proibição de reunião de mais de quatro pessoas.
O governo atribui a segunda onda principalmente à aglomeração e à relutância da população em usar máscaras. Em dia 24 de março, o Ministério da Saúde do país anunciou a detecção de uma "nova variante dupla mutante" do coronavírus.
Vacinação contra Covid
Nesta quinta, em meio ao recorde de casos, o primeiro-ministro indiano tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 e afirmou que "a vacinação é uma das poucas maneiras de derrotar o vírus". "Se você é elegível para a vacina, tome-a logo".
A Índia iniciou sua campanha de vacinação em janeiro e, até agora, mais de 90 milhões de trabalhadores de saúde e pessoas com mais de 45 anos receberam ao menos uma injeção (e 11 milhões receberam as duas doses).
Mas centros de vacinação em vários estados, incluindo o mais atingido Maharashtra, fecham cedo e recusam pessoas à medida que os imunizantes acabam, segundo o jornal britânico "The Guardian".
O país é o maior produtor e exportador mundial de vacinas, mas encontra desafios para imunizar seu 1,3 bilhão de habitantes. Na quarta-feira (7), o maior fabricante de vacinas contra Covid do mundo pediu ajuda financeira ao governo indiano.
O Instituto Serum disse que precisa de um financiamento adicional de 30 bilhões de rupias (US$ 408 milhões ou R$ 2,2 bilhões) para aumentar a sua capacidade de produção após o governo restringir a exportação de vacinas.
A Índia já aplicou mais de 90 milhões de doses até o momento, atrás apenas de Estados Unidos (171 milhões) e China (149 milhões), segundo o Our World in Data, projeto ligado à Universidade de Oxford.
O país é o segundo em vacinas aplicadas por dia (média de 3,5 milhões na última semana), atrás de China (4,2 milhões), mas passou à frente dos EUA (3 milhões) na segunda-feira (5). Até fevereiro, a média diária era inferior a 500 mil por dia.
Mas a Índia tem uma vacinação proporcional à população ainda pequena (6,54 doses a cada 100 habitantes), número muito inferior ao dos EUA (51,27) e menor até que o da China (10,36), país mais populoso do mundo, e da média mundial (9,11).
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