Rondoniadinamica
Publicada em 15/04/2021 às 08h44
Porto Velho, RO – Até meados do ano passado, o Governo de Rondônia, gestão Coronel Marcos Rocha, sem partido, usava o Open Knowledge Brasil (OKBR) como esteio a fim de referendar a credibilidade da transparência nas informações prestadas pelo Palácio Rio Madeira acerca do Coronavírus (COVID-19).
Na realidade, até 18 de dezembro do ano passado, o Índice de Transparência da unidade federativa comandada pelo militar estava em alta, regularmente ocupando a primeira posição.
De lá para cá, ou seja, passados quase quatro meses e ao menos no item específico, não houve atualização.
A entidade, cujo slogan é “Dados abertos podem salvar vidas”, veiculou, porém, um estudo que coloca a credibilidade das informações sobre leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) sob suspeita.
Isto porque, no relatório [clique aqui para ler a íntegra], na página 12 de um total de 38 laudas, Rondônia surge como o local em que o grau de inconsistência nos dados é o mais agudo, com 48%.
A incongruência é tão grande que atrás do Estado comandado por Marcos Rocha só aparecem Acre (30%) e Roraima (29%), e, ainda assim, em porcentagens muito menores em relação às discrepâncias vislumbradas pelo levantamento da OKBR.
“Essa inconsistência leva em comparação os registros apresentados pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do governo federal. Os dados também foram avaliados com relação ao seu preenchimento e consistência. Observa-se que, a nível nacional, 18% dos dados possuem divergências com relação aos dados CNES, também sob responsabilidade do Ministério da Saúde”, diz o instituto.
E segue:
“Essas inconsistências nos dados da API incluem: a ausência do nome do estabelecimento de saúde, proveniente do CNES (13%); códigos CNES com erros de formatação ou inexistentes (6%); estabelecimentos listados na API que estão marcados como desativados na base CNES (5%)”.
A Open Knowledge Brasil encaminhou, por fim, o gráfico demonstrando o ranking do tópico:
“No gráfico abaixo, é possível conferir o grau de inconsistência por estado. As situações onde as inconsistências são mais agudas estão em Rondônia (48%), Acre (30%) e Roraima (29%)”.
RANKING DE QUALIDADE DE DADOS
A partir da combinação das análises anteriores, um ranking da qualidade de dados foi elaborado, por estado e a nível nacional. O ranking leva em consideração os seguintes critérios:
● % dos estabelecimentos com inconsistências e divergências com relação ao CNES;
● % dos estabelecimentos com inconsistências na ocupação de leitos de UTI (taxas de ocupação maiores que 120%, para estabelecimentos que possuem UTIs);
● % dos estabelecimentos desatualizados há 14 dias ou mais.
A tabela a seguir apresenta os resultados do ranking, por estado e também a média geral do país. A coluna à direita sintetiza os três indicadores, e quanto mais próxima de 100%, mais problemáticos são os registros dos estabelecimentos do
estado. Em Amapá e Roraima, 100% dos registros apresentaram algum tipo de problema, e 18 das 27 unidades da federação têm 80% ou mais de registros com falhas.
ADENDO DA REDAÇÃO
No caso abaixo, Rondônia também surge em posição desfavorável, com inconsistência de dados em dois eixos com grau de 90%.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2021/04/rondonia-de-primeiro-lugar-no-ranking-da-transparencia-a-estado-mais-inconsistente-em-relacao-a-dados-sobre-leitos-de-uti,101279.shtml