G1
Publicada em 16/04/2021 às 15h25
O Ministério da Saúde do Chile apresentou nesta sexta-feira (16) dados do primeiro estudo oficial no país sobre a Coronavac. De acordo com o governo, a vacina contra Covid da Sinovac teve 67% de eficácia para prevenir casos sintomáticos de coronavírus e 80% para evitar mortes.
O estudo chileno foi realizado com 10,5 milhões de pessoas, que receberam a vacina entre 2 de fevereiro e 1º de abril.
O estudo também mostra uma eficácia de 85% para prevenir uma hospitalização derivada de um caso grave de coronavírus e de 89% para evitar a internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
"Estes números devem transmitir tranquilidade ao país", afirmou o ministro da Saúde, Enrique Paris, ao apresentar os resultados do estudo.
Butantan celebra resultado
O diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, disse que os resultados verificados no Chile corroboram os dados já obtidos pelos pesquisadores brasileiros.
Ele afirma que era esperado o aumento da eficácia da vacina quando aplicada no público em geral, sobretudo porque no Brasil os testes foram conduzidos somente com profissionais da saúde, uma categoria mais exposta e sujeita a maiores índices de infecção.
Palacios lembra que os resultados verificados no Chile estão dentro do chamado "intervalo de confiança" dos dados vistos no Brasil, que indicaram uma eficácia mínima de 50,7% contra casos sintomáticos de Covid-19. No Chile, o número foi maior, de 67%.
"Quando você amplia o estudo, quando tem muito mais pessoas, você restringe esse intervalo", explica Palacios.
O diretor lembrou ainda que o estudo chileno mostrou que apenas uma dose não garante proteção com a doença e reafirmou que a vacina é segura e terá efeito no controle da pandemia.
"Estamos felizes. É uma vacina que vai conseguir mudar o panorama. O que a gente precisa agora é ter a cobertura vacinal com esquema completo", disse o diretor.
Vacinação no Chile
O Chile é um dos países do mundo com o processo de vacinação mais acelerado. O país já aplicou pelo menos uma dose do imunizante em 7,6 milhões de pessoas. Mais de cinco milhões receberam duas doses.
O objetivo das autoridades é vacinar 80% da população chilena, ou seja, 15,2 milhões de pessoas. Até o momento, 33,7% dos chilenos receberam as duas doses.
Dos vacinados, 90,7% receberam a vacina Coronavac, do laboratório chinês Sinovac, enquanto pouco mais de 9% receberam a vacina Pfizer/BioNtech.
O processo de vacinação no Chile começou em 24 de dezembro com os profissionais da saúde. No início de fevereiro, a campanha geral teve início, em um primeiro momento com as pessoas de mais de 90 anos e depois com a redução progressiva da faixa etária.
Esta semana estão sendo vacinadas as pessoas com 49 e 48 anos.
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