ALE-RO
Publicada em 28/04/2021 às 11h15
Os secretários de Estado da Educação, Suamy Vivecananda Lacerda, e da Saúde, Fernando Máximo, foram ouvidos em comissão geral na Assembleia Legislativa. Eles foram convidados para prestar esclarecimentos em plenário sobre o retorno às aulas e sobre o plano de trabalho da Sesau em relação à vacinação de alunos e professores. Foi explicado que a volta às aulas está no planejamento da Seduc.
O deputado Cirone Deiró (Podemos) disse que os parlamentares são privados de informações em suas bases, e os diretores de escola justificam que isso acontece por determinação do secretário da Educação. “O deputado tem a atribuição de fiscalizar, mas quando chega no colégio fica estarrecido com a pergunta sobre o que está fazendo ali”, acrescentou.
Cirone Deiró disse ter constado muitos problemas nas escolas e cobrou do secretário Suamy Vivecananda a solução para eles. “Há erros nas planilhas de obras. A Seduc tem apenas cinco engenheiros civis e dois engenheiros eletricistas para elaborar projetos e fiscalizar. É melhor gastar dinheiro para contratar mais pessoal do que retardar as obras por falhas na licitação”, afirmou.
O parlamentar também cobrou a contratação de vigilantes, explicando que o sistema de vigilância por câmeras de monitoramento não funciona. “Mas um caso sério mesmo é a falta de profissionais para fiscalizar as obras. Vi o caso de uma escola onde alguns dias após a pintura ser executada a tinta já estava sem cor. De um lado se economiza algum dinheiro com a contratação de engenheiros e de outro se perde milhões”, acrescentou Cirone Deiró.
Alex Redano
O presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Republicanos), disse que o Parlamento está muito atuante. “Estão sendo discutidas muitas questões de interesse da nossa população. A volta às aulas presenciais divide a sociedade: uns pressionam pela volta às aulas, outros se mobilizam contra e por isso a Casa trouxe esse debate", especificou.
Redano agradeceu ao secretário da Sesau pela resolução do impasse em relação à contratação de leitos de UTI em Ariquemes. "Agradeço em nome da população de Ariquemes, pela ação do Governo, em especial a equipe da Sesau, que resolveu a demanda do município, com a renovação do contrato de leitos de UTI na rede privada de saúde", citou.
Dr. Neidson
O deputado Dr. Neidson (PMN), durante a comissão geral, informou que visitou aldeias localizadas em Guajará-Mirim, onde foi informado de que todos os indígenas já haviam sido vacinados. “Sendo assim, eu gostaria de saber qual a previsão de retorno das aulas presenciais. Aliás, esse foi o mesmo questionamento apresentado por um professor indígena, justamente por saber que praticamente 100% da população das aldeias, tanto das terrestres quanto das ribeirinhas, foi vacinada”, destacou.
Outra situação levantada pelo parlamentar foi referente à situação de algumas escolas de Guajará-Mirim. O deputado citou a EEEFM Alkindar Brasil de Arouca como uma das instituições de ensino exemplo de falta de manutenção e limpeza. “Isso porque eu não andei nas outras, ainda. Mas a Alkindar Brasil está cheia de mato. O fato de não estar havendo aula não justifica o abandono das escolas, assim eu acredito. Então gostaria de saber do nobre secretário qual a razão disso e o que pode ser feito”, questionou o deputado.
Jhony Paixão
O deputado Jhony Paixão (Republicanos) também perguntou sobre o departamento de engenharia da Seduc. Ele disse que pela educação é que se mudarão vidas de crianças que poderiam ir para o mal caminho. “É preciso que a Seduc tenha suporte para dar celeridade na execução de projetos próprios e também nas emendas parlamentares”, destacou.
O parlamentar disse se preocupar com a qualidade do ensino, pois muitos estudantes não têm computador em casa. “Com a ida dessas crianças às escolas, a preocupação é com pessoas que estão em casa e não foram imunizadas”, citou.
Eyder Brasil
O deputado Eyder Brasil (PSL) indagou sobre qual critério científico embasou o fechamento das escolas em Rondônia. Ele disse que a educação tem uma postura diferente da maioria das categorias em relação à pandemia. São, segundo ele, 62% fora do grupo de risco que não estão trabalhando.
Eyder Brasil disse ver uma forte pressão dos sindicatos para não ter aula, acrescentando que as escolas privadas se prepararam melhor que as do Estado e não registraram casos da doença quando puderam funcionar.
O deputado questionou também qual trabalho de gestão foi desempenhado para garantir a vacinação prioritária do pessoal da Educação.
Suamy Vivecananda
O secretário de Educação admitiu que muitas obras deixaram de ser executadas em Porto Velho, mas explicou que a situação deve ser resolvida através de uma ata (de registro de preços). Ele citou, ainda, que o problema no ensino público não é somente de Rondônia, mas de todo o Brasil.
O secretário Suamy também esclareceu diversas outras questões, como a necessidade do pagamento de R$ 200 milhões em pecúnias para os servidores da Educação, sendo que R$ 35 milhões são para os que ainda estão na ativa.
O deputado Marcelo Cruz (Patriota) parabenizou o secretário. “Sou um trabalhador pela educação e sei o que está acontecendo nas escolas. Está sendo feito um grande trabalho na Seduc”, destacou.
Fernando Máximo
O secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, disse que não há vacinas para todos, para atender as prioridades. “O mundo todo tem dificuldades de suprir com vacinas. Claramente, observo nas UTIs os efeitos da vacinação, com a redução de internações de pessoas com mais idade. Entendo que apesar dos obstáculos, o Brasil tem vacinado", disse Máximo.
De acordo com o secretário, existe a necessidade de vacinação dos profissionais da educação. “Recebo pedidos de motorista de ônibus, motorista de aplicativos, por exemplo, que têm contato direto com as demais pessoas, pedindo prioridade na vacinação. Eu entendo, mas não temos doses para aplicar", explicou.
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