Redação
Publicada em 04/05/2021 às 11h42
O senador rondoniense Marcos Rogério (DEM) deixou claro em sua atuação na CPI da COVID-19, que, apesar de fazer base do Governo Federal no Senado, não irá passar a mão na cabeça do presidente Jair Bolsonaro, caso tenha havido eventuais falhas do Ministério da Saúde, durante a pandemia.
“Sou aliado, não sou subserviente”, ele disse ao jornal Estadão, ao ser questionado se o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazzuello preocupa. “Ele (o ministro) vai ter que vir, se houve falhas na gestão dele, vai responder por elas”, completou Marcos Rogério, Vice-líder do Governo no Senado.
O depoimento de Pazuello na CPI está marcado para hoje e vai responder questionamentos sobre a sua conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária. Pazzuelo foi acusado pelo ministro do TCU, Benjamin Zymler, há duas semanas, de evitar assumir a liderança do combate ao coronavírus no país.
Em outro questionamento, o senador rondoniense disse que não recebeu nenhuma orientação do Palácio do Planalto sobre o depoimento de Pazzuelo, até porque a fase atual da CPI é de instrução. “ Quando começar a ter necessidade de informações, aí vão auxiliar com informações, isso ele (governo) tem dito que vai estar disponível”, ressaltou.
Marcos Rogério também divergiu sobre a temeridade do Governo Federal na convocação de Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação da Presidência.
“Se for pegar todo mundo que tem opinião contra ou a favor do governo, vai ficar a CPI quanto tempo? Tem que ouvir os ministros da Saúde, quem tinha ligação na área, ouvir por parte dos Estados, governadores, prefeitos, aqueles que tiverem documentos ou alguma coisa que justifique ser ouvido. Querer levar para lá todo mundo que gosta do governo ou não gosta do governo não é o caminho”, disse.
Sobre a apresentação de um requerimento para ouvir os governadores Helder Barbalho (MDB-PA), João Doria (PSDB-SP), Rui Costa (PT-BA) e Wilson Lima (PSC-AM), Marcos Rogério deixou claro que não há nada pessoal, pelo fato deles serem de oposição ao Governo, e sim pela relevância que possuem no contexto político da pandemia.
“Dentro do recorte da CPI, do segundo requerimento, você tem lá os elementos. São Estados que têm não só atuação local, mas que eles têm impacto nacional, as ações, decisões locais tiveram dimensão nacional. Na verdade, se for considerar a linha de todos os requerimentos, vão ter que convidar todos os governadores. A partir do momento que chegarem documentos dos demais Estados, a partir dessas informações, vamos avaliando quem mais convidar, convocar. Engana-se quem pensa que vão ser apenas esses. A partir das informações que pegarem agora, outros serão convidados, convocados”, finalizou.
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