Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 22/05/2021 às 11h15
Nas eleições gerais do próximo ano, não se tem dúvidas, que a escolha do novo presidente da República será o centro das atenções, mas em cada Estado, teremos disputas acirradas envolvendo as lideranças de maior expressão, não importando os cargos.
Em Rondônia temos vários políticos, todos bons de votos, que estão sem mandato. Alguns, pela insistência em disputar cargos onde a concorrência era enorme e envolvendo lideranças de outros grupos partidários. Todos com densidade eleitoral que acabaram ficando pelo meio do caminho, mas sempre respeitados pela facilidade em lidar com o eleitorado.
A situação mais explícita em Rondônia é do ex-senador Expedito Júnior, nome de maior expressão no PSDB, mesmo sem mandado há anos. Nas duas eleições anteriores, quando poderia concorrer ao Senado, com amplas possibilidades de sucesso, disputou o governo do Estado. Perdeu nas duas oportunidades. Para Confúcio Moura (MDB) em 2014 e para Marcos Rocha, eleito pelo PSL, mas atualmente sem partido em 2018.
Júnior está tendo dificuldades no ninho tucano, partido presidido no Estado pela deputada federal, Mariana Carvalho. É que o partido tem o candidato ao governo do Estado, o prefeito-reeleito de Porto Velho, Hildon Chaves e Expedito estaria disposto apoiar o amigo e fiel companheiro, senador Marcos Rogério, presidente do DEM em Rondônia e candidato a governador. Há inclusive possibilidades de ele deixar o PSDB e ingressar no PSD, que tem como presidente seu filho, deputado federal Expedito Netto.
A lista de políticos bons de votos que estão sem mandato é grande. Não há como negar que o ex-governador Ivo Cassol (dois mandatos seguidos), ex-prefeito de Rolim de Moura (dois mandatos seguidos) e senador é um campeão de votos no Estado. Cassol enfrenta problemas com a justiça, desde o período em que esteve na prefeitura de Rolim, mas acredita, que terá condições de concorrer novamente a governador no próximo ano. Se conseguir a elegibilidade é candidato com chances reais de segundo turno, porque em Rondônia não há chances de o futuro governador se eleger no primeiro turno.
O casal Raupp (Valdir e Marinha) também está sem mandato. Raupp não conseguiu um terceiro mandato ao Senado em 2018, apesar de ser um político de enorme popularidade. Ficou na sexta colocação para duas vagas, ocupadas por Marcos Rogério (DEM) e Confúcio Moura (MDB). Também ficaram à frente de Raupp, o empresário Jaime Bagattoli (PSL) com 212.077 votos, ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), 195.641 votos, ex-deputado (federal, estadual) e ex-prefeito de Ouro Preto do Oeste, Carlos Magno (PP), 163.859 votos.
Raupp é um político de enorme representatividade popular. Até hoje prefeitos e o governo do Estado, ainda, são beneficiados com emendas da sua época de senador. Não está descartada uma candidatura ao Senado ou governo do Estado no próximo ano. Popularidade ele tem.
Marinha Raupp foi deputada federal durante 24 anos e hoje está sem mandato. É esperado o seu retorno à política em 2022, para um anova tentativa de assumir uma das oito cadeiras na Câmara Federal. Sempre foi muito atuante e participativa durante as mais de duas décadas no Congresso Nacional. O MDB não deve abrir mão de Marinha nas eleições gerais do próximo ano.
O ex-prefeito e ex-deputado (federal e estadual) Carlos Magno, que sempre foi um fiel escudeiro de Cassol, hoje está filiado ao Solidariedade. Sua votação ao Senado em 2018 (mais de 163 mil votos) demonstra sua força política na região polarizada por Ouro Preto do Oeste, município que ele já administrou com uma ampla folha de bons serviços prestados. Magno deverá concorrer à Câmara Federal.
O PT tem a ex-senadora Fátima Cleide como nome forte, junto com Ramon Cujuí, que concorreu a prefeito de Porto Velho em novembro de 2020 e ficou na oitava colocação. Fátima e Cujuí devem formar uma dobradinha a deputado (federal estadual), caso náo concorram ao governo do Estado, agora motivados com a possibilidade de o ex-presidente Lula concorrer a presidente da República.
Roberto Sobrinho, que foi prefeito de Porto Velho em dois mandatos seguidos e recentemente deixou o PT não pode ficar à margem das eleições de 2020. Também é um político bom de voto, que está sem mandato, mas certamente estará concorrendo à Câmara Federal ou Assembleia Legislativa. Resta saber em qual partido.
O ex-governador Daniel Pereira, que preside o Solidariedade em Rondônia e hoje é superintendente do Sebrae-RO é mais um a compor a fila de candidatáveis. Provavelmente não concorra ao governo do Estado, mas o que se comenta é uma candidatura ao Senado.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho faz parte da longa lista de políticos sem mandatos, bons de voto e com possibilidades de concorrer com sucesso em 2022. Maurão perdeu as eleições no primeiro turno de 2018, quando o atual governador, Marcos Rocha (Sem Partido) ficou à frente com 10.001 votos e disputou e venceu o segundo turno com Expedito Júnior. Maurão já adiantou a amigos que aceitaria concorrer ao governo do Estado.
O ex-prefeito de Ji-Paraná (dois mandatos seguidos) e ex-deputado estadual Jesualdo Pires (PSB) é nome expressivo do interior. Caso não concorra ao governo do Estado, ou a vice, numa composição com o Podemos do deputado federal Léo Moraes, que pretende concorrer a governador, Jesualdo é importante força política na disputa pela vaga do Senado e Câmara Federal. A deputado estadual certamente tem a vaga garantida, porque é realmente bom de voto.
Há outros nomes não menos importantes no interior para as eleições de 2022. A Família Donadon, por exemplo, que tem a deputada Rosângela Donadon (PDT) na Assembleia Legislativa, tem outros nomes em condições, até de concorrer ao governo do Estado, como o ex-deputado federal Natan Donadon. Sua volta à Câmara Federal não está descartada e a família tem a ex-prefeita de Vilhena, Rosani, para uma composição a vice visando o governo do Estado.
O interior tem outros nomes em condições de concorrer à Câmara Federal e Ale. Marcelino Tenório, de Ouro do Oeste a deputado estadual; ex-deputado federal, Tiziu Jidalías (Solidariedade), ex-prefeito Thiago Flores (PRB) e ex-vice-prefeito, Lucas Follador (DEM), ambos de Ariquemes à Câmara Federal; ex-deputado estadual Amauri da Muleta, de Jaru, que buscará uma vaga a federal; ex-deputada estadual e ex-prefeita de Cacoal, Glaucione Rodrigues (MDB), que articula a volta à Ale, além de o ex-prefeito de Pimenta Bueno, Jean Mendonça (Podemos), suplente de deputado estadual.
A lista é grande. Não será por falta de opções que o eleitor de Rondônia eixará de votar em 2022.
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