Rondoniadinamica
Publicada em 29/05/2021 às 10h42
Omar Azis chamou Marcos Rogério de Rolando Lero / Reprodução-Montagem Rondônia Dinâmica
Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério, do DEM, foi para o tudo ou nada ao assumir descaradamente uma postura negacionista na CPI da Pandemia.
Para suas pretensões políticas regionais de repente a tática surta algum efeito, mas é aquela coisa: se não “colar”, enfim, a carreira em franca ascensão pode ser abalroada por seu próprio ego pretensioso.
De fato, o congressista conseguiu, sim, atrair para si os holofotes da mídia nacional e também a atenção de boa parte da sociedade brasileira. Muita gente quer saber do dia a dia em relação aos desdobramentos das inquirições em Brasília.
Este é um ponto que vai na direção do adágio “bem ou mal, falem de mim”. É propaganda. É exposição massificada. Neste sentido, seus intentos vão, sim, de vento em popa, pois conserva-se na vitrine o tempo todo.
Agora, sua performance pode ser sintetizada pela caracterização sacramentada pelo presidente da CPI Omar Aziz (PSD-AM) quando o chamou de “Rolando Lero”, personagem mentiroso e bajulador da Escolinha do Professor Raimundo.
E foi daí para pior.
Uma das notas derradeiras envoltas a Marcos Rogério fora veiculada pelo UOL.
No texto, além de repisar todas as qualificações negativas reverberadas Brasil afora, o órgão de comunicação também anotou a evolução patrimonial exponencial do político rondoniense em pouquíssimo tempo.
Concidentemente ou não, o crescimento financeiro agudo ocorreu em seu tempo de vida pública como representante do povo.
Em suma, a despeito de colher os louros junto ao mandatário do Palácio do Planalto, está claro que a ausência de compostura rende ao parlamentar tupiniquim reputação desfavorável na maior parte do País.
Se Rogério quer tanto assim assumir a cadeira do Palácio Rio Madeira no lugar de Rocha, seu xará, amicíssimo de Jair Bolsonaro, sem partido, apenas nutrir a logística da puxada de tapete não será suficiente.
Além do mais, o efeito terceirizado do bolsonarismo certamente não terá a mesma amplitude que ocorreu em 2018, porque alguns candidatos apoiadores e apoiados pelo atual presidente da República caíram em descrédito.
Um exemplo prático é Eyder Brasil (PSL).
Bolsonarista até o último fio de cabelo, diferente de Marcos Rogério, que tornou-se por ocasião, o deputado estadual amargou a nona posição no quadro geral entre os postulantes à Prefeitura de Porto Velho.
O militar fez só 5.620 votos, atuação pífia, horrorosa, e isto mesmo contratando mais de um R$ 1 milhão em despesas, segundo dados da Justiça Eleitoral.
Aliás, apesar da grande quantia de dinheiro dispendida, ainda manteve uma dívida avaliada em mais de R$ 197 mil.
Eyder Brasil, bolsonarista, ficou em nono nas eleições de 2020 mesmo gastando enorme quantia em dinheiro / Reprodução
Resumidamente, se em 2018 bastava estar no mesmo “santinho” de Bolsonaro para ser votado, e até eleito como no caso de Marcos Rocha, Coronel Chrisóstomo e o próprio Eyder Brasil, isto sem contar a votação expressiva de Jaime Bagattoli, terceiro lugar na corrida pelo Senado Federal, 2020 expôs outra tendência do eleitorado.
O tiro do astuto Marcos Rogério, então, pode sair pela culatra porque muitas coisas precisam acontecer para que ele seja alçado à condição de chefe do Executivo estadual.
Entre elas, conforme explicado, estão tirar Marcos Rocha do lugar reconfortante abaixo do braço de Bolsonaro, substituí-lo como preferência do presidente na corrida pelo Governo de Rondônia, e ainda “colar” como o postulante oficial do bolsonarismo regionalmente, tirando de si a imagem do seu atual partido, o DEM, integrante do Centrão.
E claro tendo de explicar por que boa parte de sua trajetória política foi trilhada no PDT, um partido de esquerda.
O coveiro da Lava Toga lançou os dados, e eles já estão rolando na mesa.
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