Sérgio Pires
Publicada em 02/06/2021 às 09h00
PATRIOTA É UM NANICO QUE PODE SE TORNAR GRANDE COM BOLSONARO E, EM RONDÔNIA, COM MARCOS ROCHA
Como tudo o que envolve o presidente Jair Bolsonaro termina em algum tipo de confusão, não está sendo diferente o ingresso dele no Patriota, mais uma das siglas nanicas que abundam a política brasileira (tal qual era o PSL, por onde Bolsonaro se elegeu) e que, com a chegada do Presidente, pode dar um salto em termos de representatividade. A briga já começou internamente, porque, com a chegada do Presidente da República, será dele o comando de todos os diretórios e dos rumos políticos do partido, alijando boa parte dos que atualmente têm algum tipo de poder dentro da sigla.
O presidente Adilson Barroso já atraiu o senador Flávio Bolsonaro, que ingressa no partido com a missão de abrir o caminho para o pai. Dentro do diretório nacional, contudo, há até ameaças de recursos à Justiça, para que a mudança não se concretize, embora o presidente do partido já a tenha acertado e autorizado. Aqui em Rondônia, a tendência natural é que o governador Marcos Rocha, tão logo seu guru ingresse no Patriota, faça o mesmo. O caminho já está aberto, até porque a primeira dama, dona Luana, já é a vice-presidente regional da sigla.
O presidente é o deputado estadual Marcelo Cruz, que está cruzando os dedos para que as negociações políticas nacionais se definam, para que ele possa, enfim, abrir o tapete para Rocha (claro que não um tapete vermelho, mas verde, amarelo e azul, as cores do partido!) pisar e assinar sua ficha.
Fundado em 9 de agosto de 2011 e registrado oficialmente na Justiça Eleitoral no ano seguinte, o Patriota conta apenas com cinco deputados federais (dois de Minas, um de Pernambuco, um de Goiás e um do Maranhão) e não tinha nenhum senador, até o ingresso, agora, de Flávio Bolsonaro. Para a Assembleia legislativa de Rondônia, não elegeu nenhum deputado. Marcelo Cruz, que era do PTB, migrou para o Patriota e assumiu o controle do partido no Estado.
Uma aliança envolvendo o Patriota, o Avante, de Jair Montes; o Partido Verde, de Luizinho Goebel: o Republicanos de Alex Redano, entre outras siglas (todos os acordos ainda não foram fechados), estaria sendo encaminhada para apoiar a reeleição de Rocha. Caso Ivo Cassol não seja candidato ao Governo, já que ainda não se sabe como ficará sua situação perante a Justiça Eleitoral, há quem diga que o PP se uniria a esta frente de apoio a Rocha.
O próprio governador, contudo, evita falar sobre reeleição e, quando perguntado, tem dito que não está, ainda, preocupado com o assunto.
Faltam ainda 17 meses para a disputa de 2022.
BOLETIM OFICIAL: SÓ 312 VACINAS APLICADAS NUM DIA, EM TODO O ESTADO
No Boletim da segunda-feira, da Sesau, estavam registradas as aplicações de 230.214 das primeiras doses das vacinas e 130.023 da segunda dose.No dia seguinte, ou seja, números postados durante o dia da segunda, 230.250 da primeira dose (ou seja, apenas 26 vacinas registradas durante todo o dia) e 130.309 da dosagem final, representando 286 aplicações. Ou seja, compreende-se por aí a grande distância entre o que está acontecendo nos postos de imunização, com os dados que são enviados aos quadros de estatística tanto da Secretaria Estadual de Saúde, a Sesau, quanto do Ministério da Saúde. Ora, como um Estado com 52 municípios aplicou, durante um dia inteiro, apenas 312 doses de vacinas? Até o início da semana, não se sabia nada sobre onde estavam pelo menos 172 mil doses, até então não registradas como utilizadas, nos quadros de números oficiais dos órgãos da saúde pública. A dedução lógica é de que as Prefeituras, além da lentidão com que estão vacinando, são piores ainda no encaminhamento dos dados oficiais de imunização para serem somados e retratarem a realidade do que está acontecendo neste contexto, em Rondônia. Informar corretamente o andamento da vacinação é tão importante quanto vacinar. Mas, pelo jeito, há inúmeras Prefeituras que não estão fazendo nem uma coisa e nem outra.
CASSOL DIZ QUE VAI SEGUIR O CAMINHO QUE DEUS LHE APONTAR
Por falar em Ivo Cassol, como anda a situação do ex-governador que, em muitas regiões do Estado, é ainda considerado o que mais se destacou, depois de Teixeirão? Ele estava bastante quieto, mas de uns tempos para cá começou a aparecer com destaque na mídia, convidado para programas de rádio e TV, retornando aos poucos ao cenário político. Para ser candidato no ano que vem, Cassol depende de uma decisão do STF, que já tem precedentes em que, resumidamente, contaria o tempo de perda do mandato, incluindo o período desde o início do processo. Hoje, a lei diz que a perda do mandato se conta depois da decisão judicial definitiva. O precedente foi aberto e há grande esperança, entre os seguidores de Cassol (muitos são mais que isso, são seus fãs!), de que ele esteja apto a concorrer daqui a menos de um ano e meio. Nas entrevistas, o ex-governador e ex-senador tem falado com cuidado, coisa que não lhe é muito comum. Diz que vai seguir os desígnios dos céus e está pronto para enfrentar o que Deus decidir para sua vida. Avisa que pode concorrer, que pode apenas participar da política ou, também, ficar longe dela e apenas cuidar dos netos. Em breve teremos notícias sobre o que vai acontecer com Cassol.
HILDON, SUAS REALIZAÇÕES E SEUS DESAFIOS PARA CHEGAR AO GOVERNO
Como está, neste momento, a pré candidatura do prefeito Hildon Chaves, um dos nomes mais fortes para a disputa ao Governo, no ano que vem? Ele ainda não fala oficialmente como pretendente à cadeira de Marcos Rocha, mas no grupo tucano não há a menor dúvida de que será mesmo o alcaide porto-velhense o nome quente da sigla e dos aliados para concorrer ao Governo. Hildon chegou a ensaiar uma aproximação com o senador Marcos Rogério, a quem apoiaria ao Governo, mas o PSDB como um todo e pesquisas positivas sobre o governo dele, incentivaram a uma eventual mudança de planos. A maior batalha e o grande desafio do Prefeito da Capital serão, ao mesmo tempo em que tem que comandar uma cidade com quase 600 mil habitantes, cheia de deficiências, ter tempo para se dedicar a uma caminhada desafiadora como essa, principalmente para que o interior do Estado, em regiões onde ele é menos conhecido, saiba do seu trabalho e de suas ações políticas. Hildon se posta como um realizador, que está transformando a Capital com grandes obras, que a preparará para o futuro. Nome quentíssimo para 2022.
MARCOS ROGÉRIO E LÉO: NOMES NACIONAIS QUE PODEM ESTAR NA DISPUTA
Marcos Rogério e Léo Moraes são outros dois daqueles políticos que não se pode jamais deixar de destacar, numa eventual relação de pré candidatos ao Governo. Neste momento, o jovem senador de Ji-Paraná tem se destacado muito, em nível nacional, por sua excelente performance na defesa do governo do presidente Bolsonaro, na CPI do Circo, apelidada de CPI da Pandemia. Marcos Rogério tem sido um defensor exemplar do Presidente e sua administração e tem irritado os opositores, que são grande maioria na CPI, a tal ponto de ser alvo de ofensas até de baixo calão dos adversários, alguns deles humilhados pelos argumentos do rondoniense. Está por cima. Mas nunca se pode esquecer também de Léo Moraes. É nome respeitado e que, numa eventual candidatura ao Governo, sairia com grande votação na Capital, onde tem um eleitorado grande e cativo. Léo ainda não definiu se vai ou não entrar na briga pelo Palácio Rio Madeira/CPA, mas é um nome que não pode ser esquecido.
ALÉM DE FÁTIMA, CUJUÍ E ACIR, NÃO HÁ NOMES DA ESQUERDA PARA 2022
Dos partidos de esquerda, que estavam praticamente no limbo, começam a surgir possibilidades para 2022, depois que o STF deu carta branca para que o ex-presidente Lula, mesmo condenado em duas instâncias e em dois processos, possa disputar a Presidência. Com a liderança de Lula, infelizmente uma espécie de Rei Momo na esquerda (Primeiro e Único), podem surgir algumas candidaturas até viáveis, país afora e também em Rondônia. O principal nome que ainda permanece no partido e que poderia ser a tentativa petista para chegar ao poder no Estado, é o da ex- senadora Fátima Cleide. Há uma outra opção: Ramon Cujuí, outro personagem importante dentro do partido e da esquerda rondoniense. Não há, nos demais partidos ditos mais à esquerda, qualquer outra grande liderança que, ao menos sob análise desse momento, teria alguma chance eleitoral, numa disputa pelas urnas. O PDT tem apenas um nome com chance: Acir Gurgacz. Daniel Pereira e Jesualdo Pires merecem também a lembrança de que são nomes viáveis. Ambos, contudo, não teriam pretensões neste contexto. Quem mais com possibilidades reais?
GRITARIA E ATÉ OFENSAS, PORQUE A COPA AMÉRICA VEM AÍ!
Gritaria desesperada. Vociferação. Ofensas. Agressões verbais. Compreende-se o que está acontecendo com parte da grande mídia, desesperada com a realização da Copa América no Brasil. Há motivos para isso. O principal deles é que quem autorizou a realização do evento no nosso país foi o presidente Bolsonaro e, como o sucesso de um evento como esse, pode ajudar na imagem do governo, daí o desespero que assusta, da mídia e da oposição. Deixar Bolsonaro marcar um golaço como esse? De jeito nenhum! Outro motivo é que só tem uma emissora de TV com os direitos de transmissão dos jogos da Copa América, pela TV aberta. E não é a poderosa Globo. É o SBT. Imagine acontecer um evento deste porte, com a participação da Seleção Brasileira, sem que os donos da mídia brasileira (ao menos até há dois anos e meio atrás), não transmitam e percam milhões de reais em patrocínios? É com tristeza que se acompanha um show de desinformação e informações distorcidas, jamais utilizadas quando voltaram os jogos do Brasileirão, por exemplo, que eles dominam. Triste, mas compreensível.
ATAQUES A LAZINHO NAS REDES SOCIAIS ACABAM EM CONDENAÇÃO
Comentários desrespeitosos, ofensivos até, contra o deputado Lazinho da Fetagro, que está com um pé e meio fora do PT, acabaram chegando à Justiça e pelo menos três pessoas foram condenadas por ofensas ao parlamentar. Lazinho é um deputado atuante, tem se destacado na Assembleia, principalmente em defesa dos pequenos produtores e de causas populares, que têm nele uma voz sempre presente. Mas alguns dos seus agora quase ex-parceiros de partido, com a petulância e o desrespeito que tratam não só adversários, como também companheiros que não rezam pela mesma cartilha, publicaram agressões gratuitas contra Lazinho, pelas redes sociais. O deputado processou três pessoas e elas foram condenadas pela juíza Maxulene Freitas, da Vara Cível de Jaru. É uma condenação em primeira instância, mas já foi uma resposta aos que, achando que podem tudo nas redes sociais, as utilizam para destilar ódio e ofender adversários. O trio terá que desembolsar seis mil reais, como indenização por danos morais contra um dos que sempre foram um dos principais nomes do PT no Estado. Já os agressores não representam, certamente, a forma como o partido trata seus parceiros.
PERGUNTINHA
Na sua opinião, a ferocidade com que jornalistas da mais poderosa emissora de TV do país tiveram contra a realização da Copa América no Brasil tem algo a ver mesmo só com a pandemia ou há algo de podre no ar?
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