Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 15/06/2021 às 15h32
Cerca de 4.140 mulheres e 4.345 crianças estão entre os deslocados, de acordo com estimativas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).
Os confrontos entre os gangues intensificaram-se a partir de 01 de junho e foram causados por uma reconfiguração das alianças entre os gangues e por conflitos territoriais, disse o OCHA num comunicado.
Os conflitos causaram pelo menos 50 mortos e um número desconhecido de feridos, de acordo com informações recolhidas pelo OCHA com seus parceiros locais.
As áreas mais afetadas foram Martissant e Fontamara, no sul da capital, e nos bairros de Delmas e Saint Martin, no centro da capital, onde ocorreram constantes tiroteios, incêndios em casas e lojas, além de agressões sexuais.
Cerca de 1.500 pessoas que fugiram de Martissant vivem há mais de uma semana no centro desportivo do município de Carrefour, a sudoeste de Port-au-Prince.
Estima-se que pelo menos 5.100 pessoas buscaram refúgio em casas de familiares, enquanto centenas de pessoas continuam a dormir nas ruas e praças de Port-au-Prince ou em igrejas.
O OCHA afirmou que a situação continua "volátil", embora as condições de segurança tenham melhorado desde 10 de junho, lembrando também que vários jornalistas sofreram agressões ao visitar as áreas onde estão alojados os deslocados internos.
O representante do UNICEF no Haiti, Bruno Maes, disse em comunicado que Port-au-Prince vive agora "uma guerrilha urbana, com milhares de crianças e mulheres apanhadas no fogo cruzado".
"As famílias deslocadas com as quais falei perderam tudo e precisam urgentemente de água, alimentos, artigos de higiene pessoal, colchões, cobertores e roupas", referiu Maes.
Na segunda-feira, houve ataques dos gangues armados contra empresas na avenida principal que leva ao aeroporto internacional de Port-au-Prrince, que ficou bloqueado por horas pelos tiroteios.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o escritório das Nações Unidas no Haiti disse estar "profundamente preocupado com o aumento da violência" devido aos gangues armados.
"Instamos todas as partes interessadas a parar a violência e permitir o acesso à ajuda humanitária às populações necessitadas", segundo a nota da ONU.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2021/06/dez-mil-pessoas-foram-deslocadas-apos-confrontos-de-gangues-no-haiti,105810.shtml