Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 19/06/2021 às 10h13
No próximo ano serão realizadas eleições gerais no Brasil, para eleger o presidente da República, governadores e seus vices; uma das três vagas que cada Estado e o Distrito Federal tem no Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Somente prefeitos, vices e vereadores, que foram eleitos nas eleições municipais adiadas de outubro para novembro último ficam de fora.
No Brasil as eleições são realizadas ano sim, ano não. O argumento é que a escolha do presidente da República aos vereadores poderia confundir o eleitor.
Em Rondônia já ocorre mobilização intensa nos bastidores da política, para definir os candidatos aos diversos cargos, que estarão na disputa. E a única das três vagas ao Senado, hoje ocupada por Acir Gurgacz, que preside o PDT no Estado e está inelegível para 2022, já tem vários nomes, novos e velhos em condições de se eleger, todos com poderio eleitoral respeitável.
O PSDB tem o ex-senador Expedito Júnior como nome de ponta na concorrência para a vaga de Acir. Em 2014 e 2018 Júnior disputou o governo do Estado e perdeu nas duas oportunidades no segundo turno. Mas é uma liderança consolidada. Ele tem, ainda, o filho Expedito Netto, deputado federal e presidente regional do PSD, que não deverá ter problemas para se reeleger e certamente será um ótimo ponto de apoio para o pai, porque, apesar de jovem já é uma liderança política influente no Estado.
O ex-senador Valdir Raupp (MDB), não pode ficar de fora da lista de nomes em condições de concorrer ao Senado no próximo ano. Raupp já foi vereador, prefeito, governador e senador em dois mandatos seguidos. Sempre foi uma das mais importantes lideranças políticas no Estado. Não conseguiu se reeleger senador pela terceira vez em 2018, quando teve votação inexpressiva (sexto mais bem votado com pouco mais de 80 mil votos) para uma liderança do porte de Raupp. Ele ainda, não se manifestou sobre a possibilidade de candidatar-se às eleições do próximo ano, mas é provável que estará na disputa.
O ex-senador Amir Lando está entre os nomes de liderança eleitoral consolidada. Lando já foi deputado estadual, senador e presidente nacional do INSS. Tem uma ampla folha de bons serviços prestados ao Estado e sempre esteve entre os nomes expressivos do MDB de Rondônia. Estava fora da política há anos, mas ultimamente voltou aos holofotes e trabalha para entrar na disputa pela vaga ao Senado, inclusive sendo noticiado com constância na mídia regional nas últimas semanas. Não tem experiência executiva na política, mas é uma liderança regional.
A ex-senadora Fátima Cleide, que esteve afastada da política, após o término do seu mandato em 2010 retornou à militância petista e deverá concorrer ao Senado em 2022. Sempre teve excelente trânsito no partido e está cotada para a disputa, tendo o advogado Ramon Cujuí, liderança emergente do PT como candidato a governador. Fátima é ficha limpa e tem passado de bons serviços prestados ao Estado na sua passagem pelo Senado.
O ex-governador Daniel Pereira, presidente do Solidariedade no Estado não pode ser considerado um veterano na política regional, mas tem bagagem suficiente. Foi vereador em Cerejeiras, deputado estadual, vice-governador e governador, após a renúncia de Confúcio Moura (MDB), que concorreu ao Senado em 2018 e se elegeu. Daniel perdeu uma ótima chance de se eleger governador em 2018, quando poderia ter disputado à reeleição, mas por fidelidade ao amigo, o senador Acir Gurgacz, que tentou de todas as formas formalizar sua candidatura a governador em 2018 e não conseguiu. Pereira optou por apoiar o amigo e perdeu a chance de candidatar-se. Daniel vem organizando o Solidariedade no Estado, é estrategista e não deixa de ser um adversário de força eleitoral considerável.
Na lista das novas lideranças estão nomes plenamente identificados com o eleitorado como do ex-prefeito de Ji-Paraná (dois mandatos seguidos) e ex-deputado estadual, Jesualdo Pires (PSB). Nas eleições de 2018, mesmo sem uma estrutura eficiente obteve mais de 195 mil votos. Ficou na quarta colocação quando se elegeram dois senadores. Ji-Paraná tem hoje dois senadores: Acir Gurgacz, que concluirá o segundo mandato seguido no próximo ano e Marcos Rogério, eleito em 2018 como o mais vem votado no Estado com 324.939 votos. E no próximo ano a chance de eleger Jesualdo.
O jovem deputado federal e presidente do Podemos no Estado, Léo Moraes é mais um nome na relação de novos políticos. Léo Moraes já foi vereador em Porto Velho, deputado estadual e agora um dos oito parlamentares de Rondônia na Câmara Federal. Comentários o colocam como candidato a governador, mas não estaria descartada a tentativa de se eleger ao Senado. É um político que, além de jovem vem em ascensão e tem condições de se eleger senador.
A deputada federal e presidente estadual do PP, Jaqueline Cassol, que a princípio tem uma reeleição tranquila à Câmara Federal, pois trabalha muito bem suas ações e faz política com muita competência. A possibilidade de candidatar-se e eleger-se ao Senado é real e não estaria descartada a opção pela disputa da vaga na Câmara Alta.
Um dos políticos que mais sabe exercer as ações no segmento em Rondônia, o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Alex Redano (PRB-Ariquemes) confidenciou a amigos que, caso não concorra à reeleição em 2022, optaria por uma candidatura ao Senado. E Redano tem crédito político para reivindicar a vaga de senador no próximo ano. Foi vereador em Ariquemes e se reelegeu sem dificuldades. Disputou a ganhou a presidência da Câmara e posteriormente candidatou-se e foi eleito deputado. No segundo mandato já conseguiu se eleger presidente da Casa do Povo.
Para reforçar as qualidades de articulador de Redano, após ele se eleger deputado, a esposa, Carla se elegeu vereadora, depois presidente da Câmara Municipal e hoje é a prefeita de Ariquemes. É um casal vencedor. Redano certamente não terá dificuldades em buscar mais uma reeleição, mas investir na disputa pela vaga no Senado não estaria descartada.
As eleições gerais de outubro do próximo ano estão a menos de 16 meses e a relação de nomes, de novos e veteranos na política para concorrer a única vaga ao Senado é enorme. Nomes como dos “velhos” Raupp, Lando, Expedito, Fátima e dos “novos” Redano, Pereira, Jesualdo, Léo e Jaqueline já estão em evidência e, caso a lista seja confirmada, os “velhos” poderão levar vantagens, pois admitam ou não contam com militância consolidada, mas também têm maior rejeição. Já os “novos” têm rejeição mínima, porém a militância é menor.
Hoje, a expetativa em Rondônia é de uma disputa das mais acirradas entre os “novos” e os “velhos”, pela vaga de senador em 2022. E caso os nomes sejam confirmados a expectativa é a busca direta dos votos, iniciativa prejudicada devido a pandemia, que não permite a política do “olho no olho”, do “corpo a corpo”. Quem tiver mais tecnologia levará vantagem.
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