Notícia ao Minuto - Portugal
Publicada em 22/06/2021 às 16h37
"O que não se esperava é que a Alemanha também participasse nesta conspiração coletiva", disse Lukashenko, por ocasião da comemoração do 80.º aniversário do início da invasão da Alemanha à antiga União Soviética.
"Não esperávamos isto daqueles cujos ancestrais mataram um em cada três bielorrussos. Já se passaram 80 anos, e daí? Isto é o quê? Uma nova guerra quente?", acrescentou Lukashenko.
Segunda-feira, numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo, a União Europeia, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá decidiram punir dezenas de personalidades e empresas ligadas ao poder vigente em Minsk.
Os 27 também concordaram em cortar importantes fontes de receita do regime, decisão que deve ser confirmada "rapidamente" na cimeira da UE marcada para quinta e sexta-feira em Bruxelas, disse na altura o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Segunda-feira também, a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia, congratulou-se com as sanções "sem precedentes" e "muito poderosas" contra o regime de Lukashenko, há 26 anos no poder.
"Estou bastante grata à comunidade democrática por ter tomado esta posição comum, unida. As sanções são muito mais poderosas quando são decretadas em coordenação", considerou, em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), lembrando que passou um mês desde que Minsk desviou um avião comercial para deter um jornalista da oposição.
Tikhanovskaia sublinhou que o sequestro do voo da Ryanair, que fazia a ligação entre Atenas e Vílnius (Lituânia), e a detenção de Roman Protasevich, tornou possível esta posição comum.
"Nunca tivemos tal unidade entre bielorrussos e países democráticos. [As sanções] foram impostas simultaneamente, no mesmo dia, e é uma mensagem clara ao regime de que continuamos a trabalhar juntos contra as violações dos direitos humanos, contra os atos sem fé e sem lei. É maravilhoso", disse a líder da oposição bielorrussa.
"As sanções são inéditas. Já tinham sido impostas sanções ao governo e ao regime, mas, desta vez, a lista é muito poderosa. O regime deve entender que não há saída desta situação exceto através de novas eleições. O regime terá de entender essa mensagem", acrescentou.
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